Participação especial de Mauro Negruni na Revista ANEFAC

No Passado imaginar que os pesados livros contábeis dariam espaço ao registro das operações da empresa por meio do processamento eletrônico e online dos dados. A implementação do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital) foi o estopim para um movimento natural das companhias em unir duas forças que, antes, sequer interagiam – a convergência das áreas de contabilidade e TI garante agilidade e eficiência às operações, oferece atualidade à informação contábil e aumenta a visão estratégica do negócio.

“Historicamente, a TI não convergia muito para atender às demandas da área fiscal e contábil das empresas. Isso ocorria porque não havia visibilidade sobre o que cada equipe fazia para melhorar o ambiente das empresas, bem como seus resultados”, explica Mauro Negruni, diretor de Serviços da decision IT, empresa especializada na área de TI Fiscal. A utilização da Tecnologia da Informação pela área contábil permitiu que fossem dadas características diferenciadas às transações e à análise econômica, financeira e contábil por meio de modelos gerenciais mais sofisticados. O investimento em tecnologia foi essencial para garantir esse processo. Negruni acredita que a TI tem importante papel na elaboração de peças contábeis e fiscais ao estudar as demandas estabelecidas nos layouts com uma visão crítica.

“Não raras vezes alguns profissionais de TI e contadores estabelecem o critério ‘cego’ de apenas ler os guias das escriturações e selecionar o que é ou não obrigatório para entregar aos Fiscos”, avalia. Esta análise, segundo ele, tem pouca utilidade, pois na maioria dos casos quem deve tomar a decisão de informar ou não algum dado é o próprio contribuinte.

Para o executivo, manter as informações íntegras e conciliadas é a mais valiosa colaboração da TI ao ambiente contábil, considerando que ele engloba todas as ações realizadas na organização. Por outro lado, o fato de ter suporte de informações com origem em outros sistemas, como o de estoque e financeiro, exige cuidado quando há alteração em saldos contábeis de forma retroativa, como acontece, por exemplo, em situações de razões auxiliares alteradas sem conciliar com os saldos apurados à época, ou de divergências entre estoques contábeis e físicos.

Não há dúvidas de que esta integração facilita a vida do contador, que se tornou capaz de gerar um balancete mais rápido do que no passado. Segundo Hugo Amano, da área de Tributos da Bdo Brazil, há dez anos poucas coisas eram integradas e o desenvolvimento da TI com o sistema ERP (Enterprise Resource Planning) melhorou muito o cotidiano do contador. “quanto mais informatizado for o processo, menor a possibilidade de erro ao redigitar as informações no sistema”, opina.

De acordo com ele, nem sempre o contador sabe como criar um arquivo de SPED Contábil com os devidos parâmetros a serem seguidos. Nestes casos, é comum recorrer à ajuda do profissional de TI. “O acréscimo na demanda de informações provenientes do Sped e das obrigações acessórias possibilitou maior visibilidade e as informações fornecidas por meio digital ao Fisco devem estar devidamente conciliadas, visto que o risco de a empresa ser solicitada a prestar esclarecimentos aumentou”, alerta.

A linguagem certa

A começar pela linguagem, é preciso adaptação de ambos os segmentos, visto que não são poucos os jargões utilizados em cada área. “Isso ainda faz muita diferença, tanto que muitos profissionais de TI buscam especialização em segmentos de negócios e passam a atuar como analistas”, comenta Negruni.

Alguns contadores também foram se aproximando mais de tecnologia após a necessidade de uso de ferramentas de sistemas de informações gerenciais. Para Hugo Amano, o ideal é que o profissional de TI entenda um pouco de contabilidade e que o executivo da área contábil tenha noções de TI. “Acredito que no futuro teremos uma área mista, como aconteceu com a mecatrônica – um campo de convergência estabelecido entre algumas áreas”, prevê Negruni.

Apesar das inúmeras facilidades geradas por esta integração ao processo contábil, este cenário é realidade em poucas empresas. Amano observa que em muitas das empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, o profissional responsável pela área de TI executa apenas tarefas básicas, como configuração de rede, de impressão e controle do servidor de e-mail.

“Quando não há ninguém especializado para gerar os arquivos requeridos pela Receita, as empresas têm tratado isso com o próprio fornecedor de ERP ou contratando especializadas em gerar o arquivo”, esclarece. Agilidade e precisão tornarem-se imperativos na área contábil conforme as empresas foram cobradas a serem mais transparentes, o que significa trabalhar em bases melhores, unindo forças de diferentes áreas para tornar os processos de decisão mais simples e eficientes.

Fonte: REVISTA ANEFAC – Edição 165 Setembro

http://www.mauronegruni.com.br/2013/10/01/sintonia-fina-mauro-negruni-na-revista-anefac/

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