Por Rafael Tomaz
Os brasileiros já pagaram mais de R$ 800 bilhões neste ano em tributos nas esferas municipal, estadual e federal, registrou ontem o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Apesar disso, a arrecadação em 2014 poderá ser menor do que a esperada em função da perda de ritmo da economia do país.
Em 2013, a marca foi atingida somente em 6 de julho. Com o valor arrecadado até ontem no país, é possível pagar cerca de 1,2 bilhão de salários mínimos, construir 697 mil quilômetros de estradas asfaltadas e fornecer cestas básicas para toda a população durante 13 meses.
O incremento é resultado da elevada carga tributária do país, com recordes consecutivos de receita. Porém, neste ano é verificada uma redução de ritmo, na avaliação do economista da ACSP, Emílio Alfieri. "A arrecadação está perdendo um pouco a velocidade em função do menor ritmo da economia", afirma.
De acordo com o economista, o Impostômetro poderá marcar um resultado abaixo do esperado para este ano. As projeções iniciais eram que o painel ultrapassasse R$ 2 trilhões, porém a receita total do país deverá ser algo em torno de R$ 1,9 trilhão, segundo Alfieri.
Mesmo abaixo da previsão, o valor representa um crescimento nominal de 12% na comparação com o ano passado. Em 2013, o Impostômetro atingiu o recorde de R$ 1,7 trilhão.
Alfieri aponta que são necessárias medidas para controlar os gastos do governo para acompanhar a perda na arrecadação, porém, é observado o contrário. Segundo ele, se houver uma tentativa de aumentar a receita através do incremento na carga tributária, a economia brasileira irá se deteriorar.
Do total arrecadado no país até ontem, R$ 195 bilhões correspondem ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). O montante representa incremento de 9,8% na comparação com o mesmo intervalo de 2013 (R$ 177,5 bilhões).
Já a receita com o Imposto de Renda (IR) atingiu R$ 178,5 bilhões no acumulado de 2014 até ontem. O valor é 14% superior ao verificado no mesmo intervalo do ano passado (R$ 156,4 bilhões).
Em Minas Gerais, a arrecadação de tributos nas três esferas alcançou ontem R$ 22,690 bilhões, alta de 9,5% sobre o mesmo período de 2013 (R$ 20,712 bilhões).
Festas - Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) demonstra a alta carga tributária nos produtos mais consumidos durante as festas juninas.
Na hora de comprar um quentão, o consumidor paga 61,56% de impostos. Outros produtos típicos da época que carregam pesados tributos são o amendoim (36,54%), a canjica (35,38%) e a pipoca (35%).
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