Em entrevista para o CRC SP Online, o diretor de soluções da IOB, José Adriano Pinto, destacou a necessidade de adaptação e adequação das empresas ao Sped e as dificuldades enfrentadas por elas. Um dos pontos é a falta de atenção de algumas empresas que, até o momento, não sabem se são ou não obrigadas a emitir a Nota Fiscal Eletrônica. O especialista também ressaltou a necessidade e importância da capacitação profissional.
Com relação ao procedimento em 2009, como estão as empresas para a obrigatoriedade de 2010?
No ano passado, algumas empresas correram para cumprir o prazo e acabaram não fazendo o procedimento como ele deveria ter sido feito. Com relação ao conteúdo encaminhado, grande parte não avaliou com critério e assumiu o risco de enviar um arquivo parcialmente validado e conferido. Algumas dessas empresas, imediatamente após a entrega, começaram a trabalhar os dados e ajustes para 2010 e, assim, o processo virou parte do dia a dia. Então, essas empresas, tendem a cumprir o prazo com mais tranquilidade.
Algumas empresas ainda não começaram, ou porque não têm a obrigação ou porque ainda não sabem que são obrigadas e até mesmo por opção, por terem outras prioridades no momento.
Quais são essas prioridades?
Atualmente, existem mais de 170 obrigações acessórias. Então, as empresas têm de cumpri-las ao mesmo tempo em que implementam o Sped. Em um primeiro momento, é mais trabalho, mas numa segunda fase, a empresa poderá deixar de gerar as obrigações antigas para gerar apenas as novas. É um trabalho adicional, que gera dificuldades nas empresas com relação ao tempo que precisam despender e à capacitação da equipe. São funções ligadas ao trabalho operacional.
Hoje, as empresas estão mais unidas e trabalham muito forte na questão de gerar as operações. Então, falta tempo para se capacitar e para executar essas funções.
Tudo é prioritário, mas entra em uma ordem. O que tem prazo para junho, por exemplo, as empresas acabam deixando para depois.
Segundo pesquisa divulgada em novembro pela IOB, 53% das empresas entrevistadas não sabem se são ou não obrigadas a entregar a Nota Fiscal Eletrônica.
Infelizmente, existem empresas que ainda não sabem, mesmo se tratando de um projeto que vem sendo amplamente discutido na mídia desde 2006. Hoje, existem vários endereços, além do próprio portal do Sped e não é difícil encontrar informações. Se o profissional acessar o Google e buscar Sped, terá vários retornos.
Com relação a capacitação profissional, ainda existem problemas?
Sim. Falta iniciativa na área de educação. As faculdades não estão preparando seus alunos para trabalhar com o Sped, de maneira geral. Na IOB, por exemplo, criamos um curso de 80 horas para capacitar os profissionais com relação ao Sped. Isso, antes, não existia.
E quanto aos profissionais?
Muitos estão focados apenas nas operações que fazem hoje. Quem faz apuração de imposto, por exemplo, está focado nisso e deixa de olhar os sites, os blogs, o CRC SP Online e a internet. Nesses veículos estão informações importantes. Esse é um problema real.
O profissional está muito acomodado, assim como os escritórios de Contabilidade que, se não evoluírem, perderão espaço. Hoje tudo caminha para o digital e o eletrônico.
Na IOB, vocês já presenciaram situações nas quais é visível essa acomodação?
Temos mais de 700 funcionários. Somente na área de soluções, pela qual sou responsável, são 60 profissionais, sendo que, 40 foram contratados em 2009. Para isso, tivemos que fazer um processo gratuito para selecionar e treinar esse pessoal e, somente depois, decidir quem seria contratado. A maioria desses profissionais nem sequer sabia o que era Sped. Temos muita dificuldade em encontrar profissionais que atuem com esse sistema.
Considerando que há mais de 100 mil profissionais somente em São Paulo, não encontrar um bom analista fiscal júnior para contratar é destoante.
Em 2009, cerca de 80% das empresas conseguiram cumprir o prazo. Na sua opinião, em 2010 essa porcentagem aumentará?
Teoricamente sim. As empresas de software, que geram esses arquivos, tendem a estar mais maduras. Além disso, as empresas que entregaram as informações no ano passado farão algo melhor neste ano. Mas, no Sped Contábil, a obrigatoriedade atingia oito mil empresas. Agora são 170 mil. Por esse motivo pode ser que o porcentual fique próximo ao que atingimos no ano passado.
Ocorrerão mudanças no procedimento?
No Sped Contábil não há perspectivas de grandes mudanças para este ano. Já para 2011, teremos a introdução do e-Lalur. Com relação ao Sped Fiscal teremos a inclusão do CIAP (Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente).
A nova versão da Nota Fiscal Eletrônica, a ser implantada durante 2010, trará algumas mudanças. A principal delas é que todas as empresas que não estavam obrigadas a colocar o capítulo da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) agora precisam colocá-lo.
Como as empresas podem se adiantar?
É importante que as empresas estejam cientes da obrigatoriedade. Se não estavam na lista em 2009, podem estar neste ano. Então, sugiro que já programem o processo de implementação porque, mais cedo ou mais tarde, entrarão na obrigatoriedade. O Sped traz benefícios diversos, como a redução de custos e processos mais limpos. Vale a pena se antecipar.
E os profissionais?
Os profissionais devem estudar, buscar a capacitação e acompanhar o Fisco, que está com muito apetite para aumentar a fiscalização.
http://www.markethings.com.br/crcsp/2010/crcsponline/online040210an/opiniao040210_1an.html
Sim. Falta iniciativa na área de educação. As faculdades não estão preparando seus alunos para trabalhar com o Sped, de maneira geral. Na IOB, por exemplo, criamos um curso de 80 horas para capacitar os profissionais com relação ao Sped. Isso, antes, não existia.
E quanto aos profissionais?
Muitos estão focados apenas nas operações que fazem hoje. Quem faz apuração de imposto, por exemplo, está focado nisso e deixa de olhar os sites, os blogs, o CRC SP Online e a internet. Nesses veículos estão informações importantes. Esse é um problema real.
O profissional está muito acomodado, assim como os escritórios de Contabilidade que, se não evoluírem, perderão espaço. Hoje tudo caminha para o digital e o eletrônico.
Na IOB, vocês já presenciaram situações nas quais é visível essa acomodação?
Temos mais de 700 funcionários. Somente na área de soluções, pela qual sou responsável, são 60 profissionais, sendo que, 40 foram contratados em 2009. Para isso, tivemos que fazer um processo gratuito para selecionar e treinar esse pessoal e, somente depois, decidir quem seria contratado. A maioria desses profissionais nem sequer sabia o que era Sped. Temos muita dificuldade em encontrar profissionais que atuem com esse sistema.
Considerando que há mais de 100 mil profissionais somente em São Paulo, não encontrar um bom analista fiscal júnior para contratar é destoante.
Em 2009, cerca de 80% das empresas conseguiram cumprir o prazo. Na sua opinião, em 2010 essa porcentagem aumentará?
Teoricamente sim. As empresas de software, que geram esses arquivos, tendem a estar mais maduras. Além disso, as empresas que entregaram as informações no ano passado farão algo melhor neste ano. Mas, no Sped Contábil, a obrigatoriedade atingia oito mil empresas. Agora são 170 mil. Por esse motivo pode ser que o porcentual fique próximo ao que atingimos no ano passado.
Ocorrerão mudanças no procedimento?
No Sped Contábil não há perspectivas de grandes mudanças para este ano. Já para 2011, teremos a introdução do e-Lalur. Com relação ao Sped Fiscal teremos a inclusão do CIAP (Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente).
A nova versão da Nota Fiscal Eletrônica, a ser implantada durante 2010, trará algumas mudanças. A principal delas é que todas as empresas que não estavam obrigadas a colocar o capítulo da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) agora precisam colocá-lo.
Como as empresas podem se adiantar?
É importante que as empresas estejam cientes da obrigatoriedade. Se não estavam na lista em 2009, podem estar neste ano. Então, sugiro que já programem o processo de implementação porque, mais cedo ou mais tarde, entrarão na obrigatoriedade. O Sped traz benefícios diversos, como a redução de custos e processos mais limpos. Vale a pena se antecipar.
E os profissionais?
Os profissionais devem estudar, buscar a capacitação e acompanhar o Fisco, que está com muito apetite para aumentar a fiscalização.
http://www.markethings.com.br/crcsp/2010/crcsponline/online040210an/opiniao040210_1an.html
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