Do G1, em São Paulo
Pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aponta que a tributação é considerada pelos empresários paulistas a principal barreira para o crescimento da indústria. A carga tributária brasileira representou 34,28% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Dentre mil empresários entrevistados, 65% apontaram a tributação como a principal barreira. Juros e crédito foram citados por 11%, e 9% mencionaram mão de obra. Câmbio e comércio exterior, política industrial, energia, transportes, ambiental legal e meio ambiente também foram citados na pesquisa.
O resultado da pesquisa será utilizado pela Fiesp para a elaboração de sugestões específicas para cada setor. As propostas, segundo a entidade, serão apresentadas e discutidas com os pré-candidatos à Presidência da República. A entidade afirmou que quer dos presidenciáveis o compromisso com a transparência sobre a carga tributária embutida em produtos e serviços.
Tributação e juros
Os nove temas foram subdivididos em tópicos específicos apresentados aos empresários. Dentro do grupo tributação, a carga tributária foi apontada por 69% como o principal problema. Também foram discutidos, dentro desse grupo, a complexidade para o pagamento de impostos, a substituição tributária, tributos cobrados sobre os investimentos, acúmulo de crédito tributário e a concorrência com produtores de outros estados.
Dentro do grupo "juros e crédito", o custo do crédito e a taxa de juros foram considerados as principais barreiras ao crescimento da indústria por 76% dos entrevistados. Em seguida, apareceram as políticas de acesso ao crédito para investimento, capital de giro e exportação, citadas por 24% dos entrevistados.
No tema "mão de obra", 49% dos empresários citaram a tributação sobre a folha de pagamento como a maior barreira. A atual legislação trabalhista e a qualificação técnica de mão de obra foram citadas por 24% e 21%, respectivamente. Em último lugar, foi citada a educação básica da mão de obra.
Em relação ao câmbio e ao comércio exterior, as respostas se dividiram entre volatilidade (21%), complexidade das normas e regras aduaneiras (20%), atual valor da taxa de câmbio (20%), taxas portuárias (16%), não devolução dos tributos sobre o produto exportado (13%) e atuação do governo nos acordos comerciais (10%).
Questionados sobre as principais barreiras em relação ao meio ambiente, 54% apontaram o processo de licenciamento ambiental e 46%, os custos associados ao cumprimento de normas e regulamentações ambientais.
O custo dos pedágios foi considerada a principal barreira ao crescimento da indústria por 46% dos empresários dentro do segmento transporte. Nesse grupo, o tráfego recebeu a menção de 29%, enquanto o estado de conservação atual das rodovias foi citado por 25%.
http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/05/tributacao-e-principal-barreira-para-o-crescimento-da-industria-diz-pesquisa.html
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São Paulo - 24/05/2010
Estudo encomendado pela Fiesp, que será entregue ao próximo presidente da República, aponta barreiras que inibem o desenvolvimento industrial do estado
A pesquisa feita pelo Ibope, a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com mil indústrias do Estado, para traçar temas que serão entregues ao próximo presidente da República, mostrou que a tributação cobrada pelo governo lidera o ranking dos gargalos que freiam o crescimento da indústria paulista, com 65%, seguido por juros e crédito, com 11% e o custo mão de obra, em especial os encargos incidentes sobre a folha de pagamento, com 9%.
O estudo foi feito em duas etapas. Na primeira, os entrevistados ordenaram as primeiras barreiras para o crescimento da indústria paulista. Em seguida, os temas foram subdivididos. Desta forma, dentre os que apontaram a tributação como principal obstáculo, 69% citaram a carga tributária como o principal entrave, seguido pela complexidade para pagamentos de impostos e a substituição tributária, com 7% dos votos.
Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, esta resposta dos empresários já era esperada. De acordo com ele, a entidade vai pedir para o presidente da República eleito mais clareza na forma como esses tributos são cobrados. “Gostaríamos de ouvir do presidente eleito como ele vai defender a transparência na cobrança dos impostos”, disse. “Não adianta promover a reforma tributária, se ela não atingir o interesse da população”, ressaltou.
Segundo Skaf, o resultado da pesquisa será entregue no dia oito de novembro, após a definição das eleições, em evento na Fiesp. Ao citarem que juros e crédito caracterizam-se como barreiras, grande parte, 76%, mencionou que o custo destes são os maiores problemas, seguidos pelas políticas de acesso ao crédito para investimento, capital de giro e exportação, com 24%.
Já no quesito mão de obra, terceiro lugar no ranking, as indústrias manifestaram, com 49%, que a tributação sobre a folha de pagamento é o maior empecilho para o crescimento industrial. De acordo com a pesquisa, este fator é mais sentido pelas médias e grandes empresas, com 53% e 52%, respectivamente. Para as pequenas, este obstáculo é sentido em 37% delas. A atual legislação trabalhista ficou em segundo lugar, com 24%, seguida pela qualificação técnica, com 21%.
Sobre câmbio e comércio exterior, que no geral foi o quarto maior obstáculo mencionado, as principais barreiras apontadas pelas indústrias paulistas foram volatilidade do câmbio, citada por 21% das empresas; a complexidade das normas e regras aduaneiras e a atual taxa de câmbio, com 20%.
Para visualizar o estudo completo, clique aqui: http://www.fiesp.com.br/agencianoticias/2010/05/24/apres_ibope_barr...
http://www.fiesp.com.br/agencianoticias/2010/05/24/carga_tributaria...