SPED será novo bug do milênio?

A interrogação no título foi adicionada propositalmente por mim, pois mantenho a 10 anos, desde o japs-tributos a "política" de publicar notícias e artigos que possam gerar reflexões aos leitores, e que nem sempre significam que concordo com o foi escrito. Neste texto especificamente eu discordo de muita coisa, e publicarei logo abaixo deste texto em "comentários"... Abs. José Adriano José Rogério Luiz O novo Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) tem recebido, de maneira geral, na mídia, uma abordagem tímida, embora seja mais uma daquelas inovações respeitáveis do Brasil. Interessante para o governo, para o País e para a indústria de tecnologia da informação, o Sped tem como principal objetivo aumentar a eficiência do processo de arrecadação. Além disso, é ferramenta para criar bases para uma redução de carga tributária, motivo pelo qual já vem sendo abordado pela indústria de TI como um "minibug do milênio". A operação aumenta de maneira significativa a necessidade de tecnologia para as empresas digitalizarem as informações trocadas com a Receita Federal e o respectivo processo de envio, a fim de que elas cumpram, com eficiência, todas as obrigações e datas. De uma forma simplificada, o Sped pode ser visto como um "Big Brother Fiscal", já que por meio dele o governo terá um "espelho" de todos os livros fiscais e contábeis das empresas que operam no mercado brasileiro. Esse modelo de entrega é tão importante como melhoria no processo de geração de recursos que foi inserido na aprovação do PAC, como forma de gerar recursos adicionais por meio da melhora da arrecadação sem a necessidade de aumento de alíquotas. A potencial pane iminente não está só na mudança cultural das empresas brasileiras, que terão de reorganizar processos e treinar os responsáveis pelos departamentos fiscais a inserir corretamente os dados nos sistemas (registros de entrada, saída, inventário etc.), de onde serão extraídos e enviados ao governo, como também no prazo, já postergado, que elas têm para se adaptar ao novo formato de informações fiscais. Aproximadamente 20 mil empresas terão de enviar ao governo o conjunto de documentos de interesse do Fisco (Escrituração Fiscal Digital-EFD) via internet até 30 de setembro, com informações referentes a 2008. O número sobe para 200 mil, em 2010. E até 2014, a expectativa é de que mais de três milhões de empresas serão obrigadas a aderir ao Sped. O Sped é baseado em mais pilares: a Escrituração Contábil Digital (ECD), como substituição dos antigos livros de escrituração mercantil, por seus equivalentes digitais transmitidos eletronicamente; e a mais conhecida,a Nota Fiscal Eletrônica, que foi o primeiro subproduto do Sped a entrar em vigor. Entrarão em vigor também a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-E), o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-E) e a Central de Balanços. Com todo esse material consolidado em uma única base de dados da Receita, o governo poderá acompanhar todas as transações comerciais - o que sugere uma limitação da necessidade de fiscalização nos moldes tradicionais, podendo ser feito esse trabalho de maneira eletrônica. Portanto, beneficia as empresas idôneas, à medida que melhora o ambiente competitivo, deixando os atores econômicos de um mesmo setor no mesmo nível de tributação, assim criando equidade. Por tudo que tenho visto em vários países, é um projeto sem comparações. De acordo com alguns artigos, só no ano passado o governo comprou 400TB de capacidade de processamento de informações. É bom lembrar que, em capacidade de tecnologia, o governo do Brasil está bem e não faltam exemplos: voto eletrônico, Sisbacen, Siscomex, Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas sendo enviados de maneira digital, e o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), bem-sucedido projeto do Banco Central que completou sete anos e hoje é considerado um modelo a ser replicado em outros países. Assim, para o País, entendo que o Sped é positivo e que reforça aspectos de governança, sempre algo favorável àqueles que pensam no benefício de uma sociedade mais justa, mas a implementação desse novo sistema requer disciplina e esforço por parte das companhias brasileiras, que podem aproveitar a oportunidade para reduzir custos com impressão em papel e armazenamento de uma imensa pilha de documentos, reorganizar processos e aumentar sua eficiência. E a sua empresa, está preparada? Fonte: DCI - SP
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Comentários

  • Seguem minhas discordâncias do exposto na matéria do DCI:

    1) Não concordo que a abordagem da mídia seja tímida, ao contrário, basta acessar este blog e os seus antecessores (http://br.groups.yahoo.com/group/JAPs-SPED e http://br.groups.yahoo.com/group/JAPs-Tributos) para verem o quanto tem saído em revistas, jornais e sites a respeito do SPED desde pelo menos 2 anos atrás...

    2) Não há pane iminente, pois a NF-e já está em produção desde antes de 01/04/2009, 87% das empresas entregaram o SPED Contábil até 30/06/2009. O que ocorre é que nem todas as empresas se atentaram adequadamente aos prazos e impactos, como bons brasileiros...

    3) Até 30/09 são aproximadamente 15.000 empresas ou 29.000 estabelecimentos os obrigados a EFD, e as informações são de janeiro a agosto de 2009 e não de 2008 como citado. Não há ainda previsão para 2010, portanto, não tenho esta informação das 200.000 empresas....

    Abraços.
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