Santa Catarina se prepara para a revolução do eSocial

por Alessandra Ogeda


No futuro, a pessoa que for se aposentar não terá que comprovar nada, porque todas as informações estarão armazenadas em um único lugar e disponíveis automaticamente

Nove palestrantes começaram a percorrerSanta Catarina para explicar os detalhes do eSocial, programa do governo federal que modificará a forma de enviar, registrar e processar informações dos trabalhadores com carteira assinada e profissionais liberais. A promessa do novo sistema, que começará a valer para grandes empresas em 2015, é trazer economia para os empresários esegurança para os trabalhadores.

ministro de Trabalho e Emprego, Manoel Dias, esteve na abertura da conferência eSocial na sede do CRCSC (Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina), em Florianópolis. Ele destacou as facilidades do sistema. “O eSocial simplificará o envio destas informações e reduzirá a necessidade de coleta de documentos, contribuindo, assim, para a redução dos custos das empresas.”

As palestras, agendadas para outras 21 cidades e com agenda ainda aberta para municípios interessados, reúnem representantes dos ministérios do Trabalho e Emprego e da Previdência, do INSS, da Receita Federal e da Caixa Econômica Federal e utilizam a estrutura do CRCSC.

Na prática, o eSocial unificará as informações prestadas pelas empresas e pelos profissionais liberais que, até agora, eram repassadas por diferentes canais (confira o antes e o depois no box). A previsão é que o manual de operação do eSocial, em fase de conclusão, esteja pronto em meados de setembro, segundo o auditor fiscal do trabalho e coordenador da Elite (Escola Nacional de Inspeção do Trabalho) em Santa Catarina, Rogério Rangel.

Após este material ser publicado, haverá seis meses de teste do sistema e outros seis para adaptação. “Um ano após a publicação as empresas que tributam com base no lucro real (de grande porte) serão obrigadas a usar o programa. Depois, a adoção será escalonada para os outros perfis. Levará três anos, desde a publicação, para o programa ser totalmente implantado”, projeta.

Palestras procuram desmistificar a mudança

As palestras sobre o eSocial tem o objetivo de informar, divulgar e desmistificar o eSocial, de acordo com Rogério Rangel. “Estamos mostrando para o público empresarial que as informações não mudam, apenas a forma de apresentá-las, que ficará muito mais simples. Não está sendo criada nenhuma penalidade, apenas se fará cumprir o que já está estabelecido”, afirma.

Com a mudança, o governo federal busca maior eficiência, efetividade e velocidade na prestação do serviço para os trabalhadores. Para as empresas, vai reduzir o tempo gasto com a prestação destas informações. “Em média, atualmente, uma empresa gasta 2,6 mil horas em um ano só para prestar informações para o governo federal. O eSocial trará redução de 80%, pelo menos, com o novo modelo”, projeta Rangel.

O vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCSC, o contador Marcello Alexandre Seemann, avalia que o novo programa vai exigir mudança de cultura dos empresários. “Este é um caminho sem volta e que significará o recadastramento de todo trabalhador do país. Será necessário educar o empresário, que não poderá mais informar dados incorretos”, avalia.

Na prática, atualmente, há empresas de pequeno porte em que o funcionário começa a trabalhar dia primeiro e que tem o registro efetivado apenas no dia 30. “Isso vai mudar. Esse trabalhador primeiro terá que ser registrado corretamente e só depois vai começar a trabalhar. A nova realidade vai exigir o empresário a ter um contabilista bem preparado”, projeta Seemann.

Entenda o que vai mudar

Como é hoje

- As informações fornecidas pelas empresas ou profissionais liberais sobre os trabalhadores geram diferentes guias: para o fundo de garantia, para o sistema previdenciário, para o imposto de renda, aRAIS e para o Caged.

- Um trabalhador que vai pedir a aposentadoria, por exemplo, tem que apresentar uma “pilha de documentos” para comprovar todas as relações trabalhistas e o tempo de serviço.

- Outro exemplo: um funcionário que é demitido sem justa causa deve procurar a Caixa com a carteira de trabalho, o termo de rescisão do contrato e o requerimento para o seguro desemprego para sacar oFGTS e ter alta no seguro desemprego.

Como vai ficar

- Com a mudança, todas as informações que atualmente geram diferentes guias serão apresentadas em apenas um documento.

- No futuro, a pessoa que for se aposentar não terá que comprovar nada, porque todas as informações estarão armazenadas em um único lugar e disponíveis automaticamente – isso no caso de quem entrar no mercado de trabalho a partir de 2017, tendo todo o histórico disponível pelo eSocial.

- Com a adoção plena do eSocial, o trabalhador demitido sem justa causa terá a liberação do FGTS e a alta no seguro-desemprego feitas automaticamente – sem ele precisar ir pessoalmente na Caixa.

Fonte: Rogério Rangel, auditor fiscal do trabalho e coordenador da Elite (Escola Nacional da Inspeção do Trabalho) em Santa Catarina.

Fonte: http://ndonline.com.br

 

http://www.robertodiasduarte.com.br/santa-catarina-se-prepara-para-a-revolucao-do-esocial/

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