Reforma tributária continua a ser adiada

É de conhecimento público, o tamanho astronômico da carga tributária brasileira. A maior do mundo. E disforme. E nada de reforma tributária à vista, embora seja assunto recorrente em todos os governos. E toda vez que se pensa no assunto, e se coloca ideias, elas são contrárias aos interesses dos contribuintes. Nunca é a favor. Enquanto a reforma não vem, vamos amargando o sistema que está à mão. Com impostos sempre crescentes. A carga tributária, que penaliza absolutamente todos os setores, ou quase todos, está em quase 40%. No início do Plano Real era de 26%. Segundo as más línguas, era de 22% em 1989 e 13% em 1948. E sabemos que o presidente Juscelino Kubitschek fez um excelente governo. Não se entende qual a razão para tão alta carga. Em especial que se sabe que ela é de 28% nos EUA, de 27% no Japão, de 17% na China e na Rússia. Na América Latina, 19% no Chile, 21% no México, 25% na Argentina. Além de ser absolutamente mais alta, é a mais alta relativamente. Nos países com carga de percentual maior os impostos costumam retornar aos contribuintes na forma de serviços. Exceto no Brasil, em que quase nada retorna. Ao contrário, aqui ainda se paga plano de saúde particular, escola particular, segurança idem. Ou seja, os impostos são apenas para manter a máquina pública. Não nos importaríamos de pagar impostos suecos, se tivéssemos serviços suecos. É um toma lá, da cá. Assim, como quase nada retorna, fica difícil entender uma carga tributária dessas com nosso nível de renda. Nenhuma economia equivalente tem estes números vexaminosos. E não há qualquer perspectiva de redução desta carga. Ao contrário. E que não permite que a economia cresça, já que não há como fazer isto com tamanha drenagem de recursos do setor produtivo e do setor comprador para o incompetente governo. Aliado à sideral taxa de juros que também é a maior do mundo em termos reais, não há mesmo como crescer. Até onde o país pode ir com essa receita macabra, é uma incógnita. Será um preço muito alto a se pagar. Ninguém consegue entender porque é tão difícil para o governo perceber fatos incontestes. Que só se consegue comprar se a renda disponível, a que resta do ganho bruto após todas as deduções de impostos, taxas etc., for civilizada, crescente, como ocorre no resto do mundo. Fica mais incompreensível ainda quando o próprio governo tem aplicado, em doses pequenas e isoladas, esta política. É só ver o extraordinário aumento no consumo de veículos, geladeiras etc., proporcionados pela redução temporária de imposto.Será que é falta de capacidade para enxergarmos a realidade, ou é falta de realidade o que falta a todos nós brasileiros? Precisamos de uma reforma tributária que racionalize os tributos a pagar. Com redução do número deles para uma meia dúzia apenas, ou quiçá apenas um. Que é um verdadeiro Ovo de Colombo. Tão fantástico que foi aprovado, mas para ser apenas mais um. Todos se lembram da CPMF. É o único imposto com capacidade para eliminar a corrupção, a sonegação, a necessidade de fiscalização. Onde precisaríamos apenas de fiscais suficientes para a fiscalização dos computadores dos bancos. E que obrigaria todos a pagarem impostos. E, todos pagando, todos pagariam menos. Talvez alguns adicionais para importação, propriedades, etc. O que o país precisa é de um povo atuante. Que saiba rezar toda a oração, e não apenas o seu final, que é dizer amém. Enquanto o povo brasileiro não levantar da cadeira, como disse o próprio presidente, o governo continuará sentado sobre todas as reformas necessárias. Inclusive esta, de suma importância. E tão mais importante quando todos temos consciência do emaranhado sem fim de títulos de impostos. Impedindo as empresas de trabalharem agilmente. Perdendo milhares de horas por ano apenas para preparar e pagar impostos. O que é uma atitude, no mínimo, de pouca inteligência dos nossos "donos". Que é o que governo pensa que é de nós. Esperamos que algum dos ora candidatos ataque este tema. Há cerca de 2000 anos um revolucionário mundo o mundo. Acorda, Brasil. Ainda pode estar em tempo. Fonte: DCI - SP http://contabilidadenatv.blogspot.com/2010/07/reforma-tributaria-continua-ser-adiada.html
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