Estudo na América Latina mostra que líderes das áreas tributária e fiscal têm aumentado influência e valor do departamento dentro das empresas.
Apesar de departamentos fiscais de empresas latino-americanas dedicarem mais horas a atividades de compliance (cumprimento das obrigações regulares de apurações dos diversos impostos) do que a atividades estratégicas, líderes dessas áreas na região consideram como prioridade uma maior interação com os altos executivos, assumindo a posição de importantes parceiros nas decisões de negócios. No Brasil, essa tendência é ainda mais forte.

É o que aponta pesquisa inédita que será apresentada hoje no evento KPMG’s Iberoamerica Tax Summit, em Buenos Aires, na Argentina. Os dados da pesquisa estão compilados na publicação Future Focus: Tax and Transformation in Iberoamerica’s New Business Reality e representam os primeiros resultados de um estudo internacional da KPMG sobre o impacto das questões fiscais na nova realidade de negócios da América Latina, que deve ser divulgado ainda em 2012.

Este ano, 200 líderes dos setores tributários de empresas participaram da pesquisa que incluiu Argentina, Brasil, Chile e México. Eles indicaram que os diretores tributários têm interagido mais com diretorias e altos executivos das companhias na definição de estratégias para os negócios. A pesquisa mostra que o percentual de entrevistados latino-americanos que têm uma estratégia fiscal conectada com a estratégia comercial aumentou de 91% em 2009 para 97% em 2012. No Brasil, esse índice corresponde a 100%, o que demonstra maior valorização do setor fiscal dentro das empresas.

Houve também notável crescimento no número de empresas que dizem que sua estratégia fiscal tem aprovação da diretoria da empresa (de 83% em 2009 para 91% em 2012). Para 87% dos entrevistados, a diretoria e/ou a liderança corporativa estão diretamente envolvidas na estratégia tributária – um aumento significativo desde 2009 (61%). No Brasil, está ligeiramente acima da média, com 88%.

“Os resultados demonstram que os departamentos tributários das empresas na América Latina ainda precisam integrar completamente suas atividades com todas as áreas da companhia de forma mais evidente”, afirma Cecílio Schiguematu, sócio-líder de TAX da KPMG no Brasil. “Trata-se de um passo fundamental que ajudará empresas a evitarem equívocos, reduzirem riscos, buscarem oportunidades e prosperarem na nova realidade de negócios”.

Brasil acima da média

Nas empresas brasileiras, além da total integração entre as estratégias fiscal e de negócios, havendo envolvimento direto de 88% da diretoria das empresas consultadas, o estudo aponta um investimento maior do Brasil na área em comparação à média latino-americana.

Brasileiros investiram 88% em melhorias de tecnologia e 90% em controle de risco, enquanto os investimentos da América Latina chegam a 78% e 75%, respectivamente. Ainda, 64% dos entrevistados brasileiros disseram que farão mudanças na estrutura do departamento no futuro próximo, contra 40% da América Latina.

A pesquisa mostra ainda a importância da área de compliance (80%) e dos relatórios financeiros (67%) para as empresas latino-americanas, os quais devem ser o foco de seus departamentos fiscais nos próximos 12 meses. Espera-se que o setor tributário gaste cerca de metade de seu tempo com atividades de compliance. Isso contrasta com apenas cerca de 30% do tempo dedicado ao planejamento tributário. Estima-se que atividades mais avançadas e de apoio aos negócios, como a melhoria no processo fiscal e a integração com outras áreas de negócios, consumam apenas 10% do tempo do departamento.

“Sabemos que os departamentos tributários de toda América Latina estão enfrentando uma inédita onda de mudanças”, diz Schiguematu. “Diante de um mercado cada vez mais global, uma economia incerta e políticas fiscais diferentes e em constante mudança regionalmente, a participação e a integração efetiva do departamento com todas as partes da companhia – desde diretorias e altos executivos a outros setores como desenvolvimento de novos negócios e área comercial – são fundamentais para garantir que as questões fiscais sejam conduzidas de forma antecipada e da melhor forma, na mesma medida que se aumenta a influência e o valor do setor tributário dentro das empresas” completa.

Embora os líderes tributários e as diretorias das empresas estejam buscando interagir de maneira mais próxima, é preciso mais esforço para aumentar o envolvimento horizontal com toda a empresa.

“A boa notícia é que a pesquisa mostra que mudanças estão acontecendo: ao se alinhar às áreas estratégicas dentro da companhia e fazer parte do desenvolvimento de negócios, produtos e serviços, a área tributária passa a ser indispensável e se torna importante parceira comercial” completa Schiguematu.

Fonte: KPMG

http://www.kpmg.com/BR/PT/Estudos_Analises/artigosepublicacoes/Paginas/Release-impacto-fiscais-na-realidade-de-negocios-LATAM.aspx

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