Por Juliana Garçon

Benefícios fiscais e reenquadramento no regime de lucro presumido são dúvidas para empresas

O Congresso Nacional inicia o ano de 2013 com uma fila de 11 medidas provisórias (MPs) publicadas em 2012 (veja quadro abaixo) para analisar, debater e votar. De algumas delas, dependem as condições para realização de negócios, e a indefinição sobre as regras que alteram leva insegurança aos empresários e atrapalha o planejamento no setor privado e também no próprio governo.

A MP 582, apresentada pela presidente Dilma Rousseff em 21 de setembro, é exemplar. Foi editada para estender para quinze setores a desoneração da folha de pagamentos, substituindo a contribuição previdenciária por uma alíquota de 1% a 2,5% sobre o rendimento bruto, da mesma forma que a MP 563, já convertida em lei, garantiu a uma série de produtos e setores (hotéis, móveis, autopeças, naval, aéreo e de empresas de call center e de projetos de circuitos integrados) no texto original e outros tantos agregados pelos deputados, como transporte de carga e de passageiros (rodoviário, marítimo e aéreo), fabricantes de brinquedos e fornecedores de pedras (granitos e mármores).

Na passagem da medida provisória 582 pela relatoria do deputado Marcelo Castro (PMDBPI), mais 25 segmentos (empresas prestadoras de serviço para obras de construção civil, assistência à saúde no atendimento hospitalar, fabricantes de armas, empresas de táxi aéreo e transporte metroviário, ferroviário e rodoviário de passageiros; empresas de prestação de serviços de infraestrutura aeroportuária; bombas, granadas e outros equipamentos militares; indústrias que usem resíduos sólidos em manufaturas) entraram para o rol de beneficiados.

Terreno pantanoso
Contudo, sem a aprovação do texto, as empresas não têm solo firme para fazer planejamentos, em especial de contratações. “Sem saber se a proposta será aprovada no Congresso e se depois haverá algum veto presidencial, as empresas não podem contar com ‘o ovo dentro da galinha’ e têm de contar com o pior cenário possível, no qual não têm a mudança”, diz o advogado Jorge Henrique Zaninetti, sócio do escritório Siqueira Castro. “Assim, a medida, que tem por objetivo incentivar contratações de trabalhadores fica neutralizada, sem efeito.”

Na mesma situação está a MP 601, que beneficia o setor de construção civil e o varejo com mecanismo idêntico, desonerando a folha de pagamento em troca duma alíquota sobre o faturamento. Ainda no capítulo dos benefícios tributários, a MP 578 permite dedução no Imposto de Renda da depreciação de veículos usados para transportes e a sua votação é aguardada com ansiedade pelo empresariado.

Sem um grande avanço no tema da reforma tributária, o governo entregou algumas iniciativas isoladas no ano passado. Uma delas foi a edição da MP 585, que prevê R$ 1,95 bilhão a estados e municípios exportadores para compensações pelas perdas geradas pela Lei Kandir.

Infraestrutura
A expectativa também é grande em torno da MP 595, que trata da exploração de portos, assunto que fez parte dos pacotes de 2012 que visaram o desenvolvimento da infraestrutura. E, falando em exploração, a medida provisória 592 promete elevar a temperatura dos debates com as novas regras de distribuição entre os estados, dos royalties decorrentes da exploração de petróleo e gás natural.

Outra frente de ação do Planalto fundamental para os resultados da atividade econômica é a redução de tarifas no setor elétrico, que depende da aprovação da medida provisória 579, na qual está previsto um corte em encargos setoriais. Também está empacada a MP 584, que concede isenção tributária para envolvidos na organização das Olimpíadas.O benefício pode chegar a 97% em materiais esportivos importados, conforme levantamento feito pelo BRASIL ECONÔMICO. ¦ J.G.

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Fonte: Brasil Econômico

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