Por Costábile Nicoletta

O eSocial tem sido um dos assuntos mais debatidos desde que o governo anunciou o novo sistema. Carlos Meni, CEO da Wolters Kluwer Prosoft - empresa de softwares fiscais, contábeis e de recursos humanos – acredita que muitas companhias não conseguirão se adaptar no primeiro momento às mudanças. Segundo ele, 34% dos escritórios de Contabilidade ainda não estão preparados para o eSocial, mas o número pode ser bem maior, pois os empresários não querem assumir a deficiência de informação por medo da reação dos clientes. Apesar da grande mudança que a implantação do sistema representa no repasse de informações, Carlos afirma que nada do que é pedido é novo. “Um bom exemplo disso é a Nota Fiscal Eletrônica. Antes dela, toda empresa que fazia uma compra era obrigada a saber se o seu fornecedor era idôneo ou não e repassar essas informações ao governo. No entanto, esse repasse demorava muito mais, às vezes até mais de um ano. Com os Speds, tanto fiscal quanto social, há uma necessidade de repasse quase instantâneo da informação”, explicou Meni. O CEO conta que os Speds exigiram muito mais especialização dos profissionais, o que não existia anteriormente porque havia maior tempo para a correção de informações erradas. Agora, o contador precisa estar mais perto do cliente, fazendo um trabalho gerencial. “Quando o governo disser que o Sped Social entra nas empresas de lucro real, elas deverão estar prontas e preparadas para fazer a entrega correta dos dados, o que não vai acontecer. Não temos mão de obra qualificada no mercado e muitas coisas são feitas do jeitinho brasileiro nas áreas de Recursos Humanos, o que não será mais possível”, enfatizou. A ideia do governo ao criar o programa, de acordo com Meni, era reduzir o número de ações na Justiça do Trabalho porque tudo deverá ser correto. No entanto, ainda há perguntas sem respostas, principalmente no que se refere à aplicação da Lei. “No Brasil a regra é: você é culpado até que se prove o contrário. No caso de processos trabalhistas, o funcionário pode dizer que não recebeu as férias e o magistrado verificar, através do banco de dados gerado pelo Sped, que isso é uma inverdade. Mas e se a empresa não tiver publicado a informação, mas possuir a documentação em papel que comprove o pagamento, qual valerá para a decisão? Isso, nós só saberemos com o tempo, após o início do funcionamento do eSocial”, provocou. Para Carlos Meni, o desafio para os escritórios de Contabilidade será convencer os empresários da importância de a informação chegar rápida e certa aos contadores. A aplicação de uma multa pode ser benéfica, pois serve para educar a população, mas o cálculo desse valor deve ser claro. Para o diretor-presidente da Prosoft faltou divulgação pelo Poder Público. “O governo cometeu um grande erro com o projeto Sped com a falta de informação aos empreendedores. Ele transferiu o problema para os empresários contábeis, em vez de fazer propagandas e campanhas informativas ao seu público alvo. A falta de clareza faz com que os empresários creditem a responsabilidade ao contador, em vez de perceberem que o repasse das informações terá que ser feito em tempo hábil por eles”. - See more at: http://www.deducao.com.br/noticia/556-governo-erra-ao-transferir-responsabilidade-do-esocial-a-contadores#sthash.Xp8Rn2Ps.dpuf

Veja o vídeo em http://youtu.be/XFjWVtE9dkc

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