Conta de tributos subirá R$ 1 mil

Você, sua avó, o filho do vizinho, seu cunhado, o padeiro, o dono do mercadinho da esquina. Cada brasileiro pagará em 2010, em média, R$ 1 mil a mais de tributos na comparação com 2009. A conta é do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) e leva em consideração impostos federais, estaduais e municipais. Ano passado, a arrecadação per capita ficou em R$ 5.723,42. Até o próximo dia 31 de dezembro, portanto, o rateio nacional será de R$ 6.723,42. O aumento da fatia do bolo tributário é fruto do ritmo acelerado de crescimento da arrecadação, que chegará a R$ 1 trilhão nesta terça-feira (26) e deve fechar 2010 em R$ 1,27 trilhão. O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, aponta dois motivos principais para o recorde de arrecadação que vem por aí. O primeiro é o crescimento da economia nacional, que provoca o aumento consumo e se reverte em mais impostos arrecadados. "Ter a economia crescendo não é uma coisa ruim. Também nunca falamos que é ruim arrecadar. O problema é que falta um maior retorno em forma de serviços públicos de qualidade. Deve haver mais investimento". Olenike reforça que existe no país muita desigualdade na forma como os tributos são cobrados e quem paga por eles. "Não existe um diferencial". Ele cita como exemplo uma pessoa que ganha R$ 40 mil por mês e outra que ganha salário mínimo (R$ 510). Na hora de comprar um quilo de pão, uma bola de futebol ou um telefone celular, os dois consumidores pagam a mesma coisa. "Quem ganha mais deveria pagar mais tributos", defende João Eloi Olenike. O estudo Sistema Tributário: diagnóstico e elementos para mudanças, produzido pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), aponta que as distorções existem porque, ao contrário dos países considerados de primeiro mundo, mais da metade dos tributos arrecadados no país recai sobre o consumo (54,9% do total). O outro motivo apontado por Olenike para o crescimento da arrecadação em 2010 é que a comparação é feita com os resultados de 2009, impactados pela crise financeira internacional. Em 2010, a marca de R$ 1 trilhão será atingida em 26 de outubro, 49 dias antes da registrada no ano passado (14 de dezembro). Em 2008, a calculadora marcou o valor no dia 15 de dezembro. De acordo com dados do IBPT, nos nove primeiros meses de 2010, a arrecadação tributária brasileira cresceu 16% em valores nominais. Descontada a inflação, o aumento real fica em 12%. Os impostos federais respondem por 70% da arrecadação. Nesta semana, a Receita Federal do Brasil divulgou que, até setembro, a arrecadação de impostos e contribuições federais bateu recorde para o período, ao acumular R$ 573,60 bilhões. Alta real de 13,12% na comparação com os nove primeiros meses de 2009. Só em setembro, entraram nos cofres federais R$ 63,41 bilhões. Com um crescimento de 18,39%, foi a maior para o mês na série histórica. Ao divulgar os resultados, o subsecretário de tributação e contencioso da Receita, Sandro Serpa, disse que está mantida entre10% e 12% a previsão de crescimento real do recolhimento de impostos federais em 2010. http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/10/21/economia5_0.asp
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Blog da BlueTax - Conteúdos Validados por Especialistas.

Join Blog da BlueTax - Conteúdos Validados por Especialistas