por Roberta Prescott | InformationWeek Brasil 13/11/2009 Sem sentir a crise, a empresa precisa inovar constantemente para manter vantagem competitiva O gerente-executivo de TI da Petrobras Distribuidora, Nelson Cardoso, não tem do que se queixar. Enquanto, por conta da recessão econômica mundial, muitas empresas tiveram de segurar projetos, a estatal contou com R$ 30 milhões de orçamento de TI somente para investimentos e outros R$ 150 milhões para custeios. Com este budget, o executivo concretizou diversos projetos, entre eles três de maior importância: o de CRM, o portal para os postos de combustível e o de adequação ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). "Todo mundo falou em crise, mas vamos crescer 20% e o lucro líquido vai alcançar US$ 1 bilhão neste ano", diz Cardoso, que credita tais resultados à política da empresa de ofertas de crédito e às melhorias de processos - este último com forte papel da TI. A empresa reagiu e o departamento de tecnologia da informação não passou despercebido. O objetivo agora é fazer cada uma das áreas da companhia dar um "salto". Para isto, TI trabalha junto com as áreas de negócio e Cardoso ainda dispõe de 12 pessoas do time focadas em pesquisar tecnologias inovadoras. "Temos mais de 280 concorrentes e lideramos com 40% de market share. Temos de estar constantemente inovando para mantermos esta vantagem competitiva." E é exatamente isto que o executivo precisa instigar na equipe. Saber o que empresas do mesmo segmento em outros países estão fazendo e trazer para o Brasil representa apenas uma das vertentes. E, neste cenário, enviar técnicos para o exterior em busca de pesquisar e aprender é uma possibilidade real. Na BR Distribuidora, a TI tem a missão de direcionar o negócio pelo uso da tecnologia, assim como para 25% das empresas da categoria comércio atacadista e varejista - para as 75% restantes é alcançar os objetivos de negócio pelo uso da tecnologia. A companhia se destacou em diversos quesitos e, assim, galgou a vice-liderança do ranking geral do estudo As 100+ Inovadoras no Uso de TI. Uma posição melhor que a alcançada em 2008 (7º lugar) e bem acima da de 2007, quando ficou a 93ª colocação. Perto dos clientes O avanço no resultado deve-se, principalmente, ao posicionamento estratégico da TI em todas as áreas da companhia, debatendo com cada uma delas os pontos de melhorias. A prova desta ligação está no aumento do orçamento de investimentos em tecnologia para 2010: R$ 42 milhões. "Participamos de todos os processos. Faz sentido ser maior", atesta Nelson Cardoso. Neste ano, um dos principais projetos foi o de CRM, algo que a BR Distribuidora tentou colocar em prática há dez anos, mas sem sucesso. "Quando se tem o histórico de algo que não deu certo, o departamento fica em descrédito perante a diretoria", lembra o executivo, que, antes de dar início à iniciativa, precisou convencer o board que desta vez não falharia. O primeiro passo para o CRM foi a aquisição, via licitação, de uma ferramenta para construção do portal para comércio eletrônico, por meio do qual cerca de 5,8 mil postos realizam as compras de combustível. A IBM ganhou, mas sua solução - WebSphere Portal - deu muitos problemas. "Quase desistimos", revela Cardoso, acrescentando que a companhia investiu para tirar os bugs e deixar do jeito que a BR Distribuidora almejava. Com o portal rodando, o software de CRM da Oracle pode ser implementado, começando pela área financeira, em 2008, e a comercial, em 2009. De início, era possível realizar apenas operações de limite de crédito e autorização para os donos de postos, mas hoje o sistema de relacionamento permeia desde a conquista do cliente até o acompanhamento dos pedidos, fazendo, por exemplo, a gestão dos contratos. "O próximo passo é chegar ao consumidor final e fidelizá-lo por meio do cartão Petrobras", adianta o gerente-executivo de TI, que aponta entre os resultados mais significativos o aumento de market share e lucro líquido. Como todas as compras devem ser feitas via licitação, Cardoso encontra-se obrigado a trabalhar com diferentes fornecedores: o ERP é da SAP; o CRM, da Oracle, o portal, da IBM e assim por diante. Contudo, o que poderia parecer, num primeiro momento, complexo, não o assusta. "A base da nossa arquitetura é Java, então, fica muito simples. Temos uma metodologia que foi montada para nós e funciona muito bem", explica. Deixar a estatal pronta para o Sped, ultrapassando todas as dificuldades que uma companhia com atuação nos 26 Estados brasileiros mais o Distrito Federal tem, foi outro desafio vencido neste ano por Cardoso. Seu departamento precisou lidar com diferentes Secretarias da Fazenda e fazer a ligação das áreas com cada uma delas, o que resultou em um processo longo e demorado, difícil de ser suportado e que gerou extensos debates. "Não existia uma solução de mercado. Nós criamos uma, que depois virou um módulo da SAP", comemora. Mas, apesar dos percalços, Cardoso está otimista com os frutos da nova exigência da Receita Federal. "Para quem opera corretamente, o Sped vai ser ótimo. Vai melhorar a nossa venda, porque quem não pagava imposto tinha um preço mais baixo, mas isto vai mudar. O processo de fraude tende a diminuir." http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=62670
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