SPED – Prorrogações são suficientes?

Por Jurânio Monteiro

A Fenacon registrou que no último 06/09  seu vice-presidente reuniu-se com representante da Receita Federal do Brasil (RFB) para reportar os problemas enfrentados pelo segmento contábil na entrega da EFD-Contribuições para as empresas de Lucro Presumido que, segundo dados da própria RFB, somam mais de 1,5 milhão de contribuintes.

Analisando a situação pelo lado dos contribuintes, a prorrogação poderá ser um alívio imediato, porém, apenas no que diz respeito a aplicação de multas pela não entrega já que, assim como em outros pedidos prorrogações, não há a formalização de nenhum tipo de planejamento para que o novo prazo seja atendido. Apenas o adiamento pelo adiamento.

Conforme pesquisa recentemente realizada, do total de participantes, 41,9% afirmaram nunca ter participado de cursos quando o assunto é IFRS e 34,9% para impactos empresariais do SPED. É com essa perspectiva e dados que podemos supor, como diz o ditado, que “qualquer vento é favorável quando não se sabe onde vai”.

É sabido que, sem nenhum tipo de juízo de valor, o brasileiro de maneira geral,  não é muito dado ao cumprimento de prazos. Basta olharmos as filas imensas que são formadas a cada chegada de uma data comemorativa no comércio. Os noticiários repetem sempre a mesma situação onde há muitos clientes para pouco espaço, filas em estacionamentos de shopping, produtos faltantes e muitas outras situações que nos levam a nos questionarmos sobre se tudo aquilo não seria um Déjà vu.

Nesta mesma atmosfera, as empresas e os empresários do ramo contábil convivem com o já conhecido e famoso SPED – Sistema Público de Escrituração Digital – que desde 2007 passou a fazer parte de suas vidas, direta ou indiretamente.

Porém, apesar da mudança do tangível da era pré-SPED para o intangível do mundo pós SPED, as rotinas e processos dos escritórios contábeis pouco ou nada mudaram. E não se pode chegar a um resultado diferente repetindo a mesma fórmula. Os tempos mudaram, mas as regras do jogo continuam as mesmas. A diferença é que hoje, um novo componente se faz necessário: o cliente.

Sem a cooperação, sensibilização e participação direta dos clientes no projeto SPED, não há que se falar em qualidade dos dados. Seria uma utopia acreditar que no mundo pós SPED o formato atual dos escritórios contábeis seria suficiente para manter o nível de excelência na prestação de serviços sem onerar toda a cadeia. Os escritórios contábeis precisam perceber que estes não são mais o fim, mas sim o meio.

Está mais do que na hora das entidades de classe, setoriais e empresariais não apenas se mobilizarem para solicitar adiamento do prazo, mas sim apresentar alternativas práticas e atualizadas de administração dos negócios de seus associados para que, a partir disso, se possa não apenas atender os prazos estipulados pelo fisco mas, principalmente, a sustentabilidade dos negócios de seus clientes.

http://juraniomonteiro.com/2012/09/10/sped-prorrogacoes-sao-suficientes/?goback=%2Egde_3121702_member_161825157

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