IFRS - Revalorização da boa e velha contabilidade

Distintos estudos e levantamentos sobre a performance das empresas no enfrentamento da crise mundial indicam a obtenção de melhores resultados, independentemente do setor de atividade, por aquelas mais avançadas quanto à gestão. Em contrapartida, disseminaram-se diagnósticos corrosivos quanto à eficácia dos modelos, alguns deles consagrados, de administração, governança e avaliação de riscos adotados pelas organizações mais abaladas ou derrotadas pelo crash globalizado.

A culpa maior parece ter recaído sobre os procedimentos relativos à gestão de riscos. Tais modelos, contudo, não estavam, necessariamente, equivocados. Talvez, o que tenha efetivamente falhado seja o ordenamento adequado das prioridades nas tomadas de decisão voltadas à sustentabilidade do negócio. Esqueceu-se que, em quaisquer tempos e conjunturas, a boa administração começa pela saúde financeira.

Ao dar de ombros a esse pressuposto básico, numerosas empresas, em todo o mundo, deixaram-se seduzir pelas promessas de multiplicação de lucros por meio de derivativos sem lastro. Ignoraram a boa e velha contabilidade, que, no pós-crise, tem sua importância devidamente restabelecida na consciência daqueles que a haviam esquecido como premissa das organizações vitoriosas. Trata-se, afinal, do substrato para o gerenciamento seguro da vida econômica, financeira e patrimonial das organizações.

Mais do que nunca, as decisões passam a se equilibrar no epicentro contábil. Esta, sem dúvida, é a principal mudança na gestão suscitada pela tempestade financeira que abalou o mundo. Tal constatação equivale a dizer que as empresas jamais serão as mesmas do ponto de vista de seu gerenciamento. Observa-se um claro, rápido e consistente processo de mudança na maneira de gerir, e isso não implica desconsiderar práticas eficazes de avaliação de riscos e políticas consagradas de marketing, recursos humanos, distribuição, logística e comerciais. Não foram elas as algozes da economia.

No entanto, é inexorável observar os cinco elementos essenciais da boa performance empresarial: controle; caixa; custos; processo; e risco. É imperioso controlar tudo o que acontece na organização, administrar o caixa de modo atento e responsável, ter foco no negócio e definir quem tomará as decisões estratégicas e decisivas. Do mesmo modo, é indispensável baratear e tornar mais eficientes os processos, além de minimizar os riscos. A boa governança, enfim, é aquela que concilia eficácia do negócio e a contabilidade segura da empresa!

 

Eduardo Pocetti

 

http://www.financialweb.com.br/noticias/index.asp?cod=68687

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