Afetada pela crise em 2009, KPMG vê retomada em 2010

Fernando Torres, de São Paulo27/01/2010Depois de quatro anos com crescimento anual médio na casa de 20%, a empresa de auditoria e consultoria KPMG encerrou o ano fiscal de 2009, findo em setembro passado, com avanço de 5% na receita, que somou R$ 492 milhões. Segundo o presidente da KPMG no Brasil, Pedro Melo, considerando que o ano fiscal da empresa pegou os 12 piores meses da crise, o resultado atingido foi "excelente". A KPMG internacional, por exemplo, teve queda de 11,4% no faturamento em dólar no mesmo período, para US$ 20,11 bilhões."Foram meses de incerteza e as organizações fizeram o que tinham de fazer, que era proteger seu caixa. Em consequência, nosso mercado passou por redução de volume", diz Melo ao comentar o exercício passado. O impacto só não foi maior, segundo ele, porque o portfólio de serviços da empresa é grande, o que permite que haja demanda também em momentos de crise, como na área de reestruturação de dívidas, de negócios, busca por parceiros etc.As áreas mais afetadas em um momento de incerteza como o vivido desde o estouro da crise internacional são as de consultoria de negócios e de mercado de capitais.Para este ano, a previsão é de crescimento entre 15% e 20% no faturamento, sendo que a expansão deve ser puxada pela retomada das ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), operações de fusões e aquisições, reestruturações e também implementação do padrão internacional de contabilidade, o IFRS, nas companhias abertas. "Quando o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu praticamente zero, nós tivemos alta de 5% na receita. Como o país deve crescer entre 4% a 5% este ano, nosso mercado deve aumentar de 15% a 20%", diz o presidente da KPMG.Apesar do resultado abaixo da média dos anos anteriores, Melo diz que a firma optou por manter os programas de treinamento de pessoal e contratou mais 400 trainees. Ele garante também que não houve corte de pessoal por volume, somente por desempenho e com a trocas naturais do mercado.Entre os motivos que justificam o otimismo da KPMG daqui para frente, está a confiança no bom posicionamento do Brasil para sair da crise antes do resto do mundo, seja pela força do mercado interno seja pelo forte fluxo de capital externo que vem para o país. "E a cereja do bolo são os grandes eventos esportivos", diz Melo, que afirma que a empresa destacou um grupo de profissionais para tratar dos projetos ligados à Copa do Mundo de 2014 e outro para os Jogos Olímpicos de 2016.De acordo com o presidente da KPMG, a empresa tem soluções disponíveis para os projetos de infraestrutura que estarão ligados ao evento tanto para o setor privado como para o público. "Podemos ajudar a organizar a construção de uma grande arena, a buscar recursos para os investimentos, a controlar o andamento do projeto", enumera Melo.Segundo ele, essa é a parte mais visível do trabalho relacionado com a Copa e com a Olimpíada. Uma outra parte, que deve ficar mais evidente nos próximos anos, será a preparação das empresas privadas para o período dos eventos, por conta do aumento do fluxo de pessoas e de turistas nos locais afetados. "As empresas terão de se preparar para disponibilizar produtos para aqueles momentos e depois voltar para a vida normal", diz.Fonte: Valor Econômico
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