Há vagas Saiba quais são os postos de trabalho que as empresas têm dificuldade em preencher e como se tornar elegível para ocupar um deles Fernanda Bottoni (fbottoni@abril.com.br) 10/10/2009 Especialistas em recrutamento e gestores de recursos humanos dos mais diversos setores são praticamente unânimes em afi rmar que o mercado de trabalho brasileiro sofre com a escassez de profissionais qualificados. Levantamento realizado entre os meses de julho e setembro pela empresa de pesquisas H2R, em parceria com a VOCÊ S/A, mostra que, das 130 organizações ouvidas, todas disseram que têm dificuldade para preencher pelo menos um cargo. A pesquisa apontou que a falta de habilidade técnica é, de longe, o principal entrave para o preenchimento de determinadas posições. As competências emocionais e comportamentais, entretanto, são essenciais para a manutenção do emprego. O fator técnico foi apontado como problema número 1 por 57% dos entrevistados. Formação acadêmica veio em segundo lugar, com 23%. Em seguida, aparece a disputa por talentos versus a oferta de profissionais, com 19%. Idiomas e habilidades comportamentais vieram na sequência, com 12% e 11%, respectivamente. O estudo também aponta alguns cenários regionais. Em São Paulo, o maior mercado de serviços especializados do país, as empresas sentem falta de técnicos qualificados com fluência em inglês ou espanhol, principalmente para preencher cargos de analistas e especialistas. No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, no entanto, a dificuldade é preencher cargos executivos. Nas regiões Norte e Nordeste, há dificuldade para preencher cargos em praticamente todos os níveis. No Centro-Oeste, é mais difícil encontrar pessoas para diretoria. O Sul sofre com o mesmo problema e ainda precisa de técnicos. Engenheiros estão em falta em todas as regiões. Há menos profissionais formados em escolas renomadas de engenharia do que o mercado necessita. Segundo Rodrigo Forte, diretor executivo da empresa de recrutamento Michael Page, a escassez de profissionais qualificados ocorre porque as empresas estão cada vez mais exigentes. “Com a crise, elas entraram num movimento de troca da quantidade pela qualidade”, diz. Um dado da pesquisa feita pela H2R dá uma ideia do atual nível de exigência. Entre as empresas entrevistadas, 70% requerem que os analistas falem inglês. Dez por cento exigem fluência em espanhol. Os candidatos também devem ter curso de graduação, às vezes até MBA, e pelo menos dois ou três anos de experiência no cargo. O salário médio desses profissionais, de acordo com a pesquisa da H2R, não chega a 4 000 reais. Busca-se uma superqualificação para uma remuneração nem sempre equivalente. Veja a seguir a descrição de dez áreas que as empresas têm dificuldade para preencher as vagas e conheça o perfil ideal para esses postos. ... Analista de planejamento tributário Até pouco tempo atrás, o profissional da área tributária tinha um perfil conservador e não precisava ter visão estratégica nem proatividade. Há alguns anos, no entanto, a área fiscal vem ganhando destaque nas empresas por ser fonte de economia e, consequentemente, gerar aumento da margem de lucro do negócio. Como efeito, cresceu a demanda pelos profissionais que têm visão estratégica para detectar possibilidades de reduzir custos. Para isso, eles devem ter conhecimentos tanto de tributos diretos, do governo federal, quanto de tributos indiretos, dos governos estaduais. “Isso também é raro encontrar porque, normalmente, os profissionais se especializam em um ou em outro”, diz Paulo, da Hays. O processo de recrutamento de um profissional com esse perfil pode levar até três meses. Só para encontrar uma raridade dessas, as empresas especializadas em recrutamento levam até três semanas “A taxa de desemprego para que tem esse perfil é próxima de zero”, diz Paulo. Perfil: formação em ciências contábeis e Direito. “Eles têm também muita visão financeira, de negócios e de processos”, diz Rodrigo Forte, da Michael Page. A carreira desse profissional começa normalmente em grandes consultorias. Salário: entre 6 000 e 9 000 reais*. ... Controler A busca por esse profissional vem se intensificando após o surgimento da Lei 11 638, que desde dezembro de 2007 obriga empresas com faturamento superior a 300 milhões de reais a ter padrões de contabilidade e de transparência nos números semelhantes aos das companhias de capital aberto. “Isso fez com que o mercado buscasse profissionais com formação mais parruda e sofisticada, como o controller, para assumir a responsabilidade”, diz Rodrigo, da Michael Page. O contador é um profissional mais operacional, já o controller ocupa uma posição mais estratégica, enxergando o negócio como um todo. Perfil: formação em engenharia, contabilidade ou finanças. Salário: varia de 15 000 a 18 000 reais*. A remuneração variável em algumas empresas alcança entre 4 e 10 salários adicionais. ... Analista Contabil Depois do escândalo da Enron (empresa americana de energia que faliu em 2001 em decorrência de fraudes fi nanceiras), a atenção para os procedimentos contábeis vem se intensifi cando continuamente. O antigo analista contábil, que tinha um trabalho interno e pouco se relacionava com outras áreas da empresa, passou a ter mais importância e teve de começar a se reportar diretamente à matriz. A transformação gerou uma corrida por profi ssionais da área que já falassem inglês fluentemente e tivessem conhecimento das normas internacionais de contabilidade. Encontrá-los é uma missão árdua para especialistas em recrutamento e para o RH. “Eles são raros no mercado porque o profi ssional comum de contabilidade pouco se movimentou para acompanhar toda essa transformação dos últimos anos”, diz Paulo, da Hays. Perfil: formação em ciências contábeis, inglês fluente e conhecimento de IFRS (normas internacionais de contabilidade). Instituições como Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras e Trevisan Escola de Negócios, ambas de São Paulo, oferecem cursos específicos sobre o assunto. Salário: entre 6 000 e 7 000 reais*. Dependendo da empresa, também recebe bônus. Segundo a Hays, esse profissional ganha até 2 salários adicionais na indústria e até 4 salários adicionais no segmento de serviços. ... *Salários estimados para profissionais de médias Íntegra em: http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/ha-vagas-504712.shtml
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