A Deloitte realizou uma pesquisa com o objetivo de mensurar o estágio de maturidade das práticas de gestão de riscos e os desafios das empresas que atuam no País. Realizado com 84 empresas, o estudo apontou que o avanço apresentado pelas empresas é construído a partir de algumas características: a criação de uma área específica para a gestão de riscos, que já é uma realidade para 41% das organizações.
O nível de interesse pelo desenvolvimento de atividades de gestão de riscos das empresas indica que a maioria (58%) está disposta a investir nessa estrutura e reconhecer seus benefícios.
Entre as que possuem essa área, 33% as criaram recentemente, há menos de dois anos. A Auditoria Interna é apontada por 55% dos participantes como uma sessão dedicada à função de riscos de forma independente e como aconselhamento, responsável por validar as práticas de gestão e operação, entre outros aspectos.
A área de Controles Internos (49%) vem em segundo lugar, seguida pela função de Gestão de Riscos (42%). Estas já são áreas mais voltadas ao alinhamento dos riscos em relação a estratégia traçada pela organização. Essa onda mostra que as empresas estão dedicando gradualmente mais esforços na sua gestão de riscos em alinhamento com os seus pontos estratégicos.
Desafios globais
O estudo também conta com levantamento que traz dados das empresas estrangeiras que atuam no mercado de capitais dos Estados Unidos como emissoras de ações, as chamadas “Foreign Private Issuers” (FPIs) brasileiras. Foram compiladas todas as citações de riscos publicadas em formulário específico que as companhias devem enviar ao órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commision (SEC).
O grupo formado pelas FPIs brasileiras é constituído por 31 companhias que, embora representem 8,4% das empresas listadas na BM&FBovespa, respondem por 56,9% do valor negociado na Bolsa de Valores do Brasil em janeiro de 2014, ou seja, R$ 125,7 bilhões.
As informações mostraram que as FPIs estão mais focadas em questões estratégicas e de mercado, tendo entre os principais riscos divulgados condições econômicas e tendências de indústria, mercados, leis e regulamentações e concorrência.
Os principais objetivos do processo de gestão de riscos elencados pelas empresas foram: estar integrado às estratégias da empresa (64%), gerar e preservar valor aos acionistas (63%) e mensurar os riscos da empresa (62%). Já entre os principais desafios para a implementação de um processo de gestão de riscos eficaz estão: criação de uma metodologia eficiente na gestão de riscos (57%), não ser prioridade da administração (42%) e falta de profissionais especializados (38%). Esses dados refletem uma visão cada vez menos voltada às etapas operacionais e mais focada em pontos estratégicos para a organização.
Ainda que as organizações necessitem avançar no que se refere a uma visão integrada, elas já mostram um crescimento no nível de participação da gestão de riscos na definição, análise e implantação das estratégias das empresas - elevado (5%), alto (19%) e médio (32%) – que somam 56%. No entanto, há ainda um caminho a ser percorrido, já que 34% ainda consideram baixo o seu nível de participação.
Fonte: Decision Report
http://www.decisionreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=16250&sid=41
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