Consultoria pega carona na expansão do País

SÃO PAULO - A expansão da economia brasileira e demandas do segmento de médias empresas para adequação ao padrão contábil internacional e à informatização tributária devem expandir em até 25% os negócios das consultorias contábeis Deloitte, Confirp e BDO.Após uma freada no ritmo de crescimento da operação brasileira em 2009, a consultoria Deloitte vê em 2010 o ano da retomada, com uma expectativa de 25% de crescimento, retornando aos índices registrados entre 2002 e 2008 no Brasil.O otimismo é decorrente das boas perspectivas futuras projetadas para a economia, em diversos segmentos empresariais, ante o decréscimo recente em reflexo da crise internacional, que impactou negócios da companhia globalmente. Em 2009, a empresa registrou alta de 15%, o que significa uma leve recuperação em cima do desempenho registrado no ano anterior, de 13%."[este ano] O crescimento decorrerá dos investimentos previstos para eventos esportivos, que trarão empresas estrangeiras ao País, à consolidação de setores empresariais, aquisições de estrangeiros no Brasil e à profissionalização de empresas de médio porte", declarou Juarez Lopes de Araújo, presidente da Deloitte no Brasil. Na área esportiva, a consultoria vê oportunidades em atividades ligadas à diagnóstico de eventos, definição de projetos de estádios e captação de funding.As áreas de maior crescimento em 2010 serão Auditoria, Finanças Corporativas e Manufatura, por conta da demanda gerada pela adoção do Padrão Contábil Internacional (IFRS, na sigla em inglês), que passou a valer a partir deste mês, fusões e aquisições e pela forte expansão do setor industrial, iniciada com os anúncios de investimento feitos pelas empresas no fim de 2009. "A área financeira ficará aquecida por conta da expansão do mercado de ações, com aberturas de capital, fusões e aquisições", avalia.A adoção do padrão internacional mundialmente está levando a consultoria a 'exportar' auditores a países que estão se preparando para atender a esta demanda. "Estamos exportando líderes para ensinar IFRS no Canadá e nos Estados Unidos, países que estão atrasados nessa área", afirma Juarez.Até o momento, mais de cem países exigem ou permitem o uso das normas do Padrão Contábil Internacional, incluindo 8 mil empresas dos 27 países da União Europeia. Em 2011 o grupo terá ainda o Japão, Coreia, Índia e Canadá. Os Estados Unidos e o Japão têm o compromisso de se adequar ao padrão internacional de contabilidade até 2011, segundo o International Accounting Standards Board (Iasb), organismo independente, que emite normas contábeis internacionais. Em setembro de 2009, o compromisso com a implementação global do IFRS foi reforçada em uma reunião do G-20, em Pittsburgh, nos Estados Unidos.Empresas médiasSe a grande demanda de atualização ao IFRS esteve concentrada nas empresas de capital aberto e nos conglomerados com faturamentos superiores a centenas de milhões, para os próximos anos, a consultoria prevê uma expansão no segmento de empresas médias. Por conta dessa expectativa, este ano a firma criou uma divisão de auditoria para atuar no mercado de médias empresas. "O mercado de empresas auditadas irá crescer no Brasil por conta das mudanças que estão sendo implementadas na área de demonstrações financeiras. A estruturação de operações de empresas de médio porte também estará aquecida", afirma Juarez.Ainda no setor de médias empresas, a Confirp Contabilidade, que este ano prevê crescer 15%, apresentou expansão no atendimento às demandas geradas pela informatização das cobranças de tributos federais e estaduais, com a implementação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que as obriga a fornecer informações por meio de modo eletrônico aos órgãos governamentais de fiscalização.A consultoria encerrou 2009 com um crescimento de 25% em suas operações e de 11% em sua base de clientes, totalizando 994 empresas. "Investimos em tecnologia e treinamento para atender demandas geradas pelas demandas criadas pela implementação da Nota Fiscal Eletrônica, do SPED fiscal e contábil, da fiscalização tributária exigida pelo governo do estado de São Paulo e muitas outras", relata Richard Domingos, diretor executivo da Confirp.Para atender à implantação de sistemas de contabilidade fiscal, o escritório ampliou a área de terceirização, que hoje representa 30% do faturamento do escritório, criando uma demanda nova, de suporte técnico. "Acompanhamos a tendência dos governos federais e estaduais, de sofisticar a área de tributos e criamos uma estrutura técnica, que proporcionou a captação de muitos clientes. Investimos R$ 1 milhão de reais em tecnologia e treinamentos e montamos uma área de outsourcing, que faz contabilidade e presta o serviço dentro da plataforma do cliente", diz.Segundo o executivo, o retorno obtido com o investimento foi a aquisição de novos clientes e maior rentabilidade nos novos contratos. "Fechamos contratos com clientes maiores, que trabalham com a plataforma ERP e implantamos sistemas, que ajudaram a fidelizar este cliente", explica o diretor.Em 2010, a empresa projeta um crescimento de 15%, para dar mais foco ao desenvolvimento da nova operação, aos controles e procedimentos internos. "Nossa perspectiva é desenvolver a estrutura para que ela amplie sua capacidade produtiva, com troca de sistemas, treinamento, melhoria da comunicação", diz.A empresa também afirma ter apostado em contratações para atender a demanda para as empresas fazerem a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), que era semestral e passa a ser mensal.A medida é válida para todas as empresas de lucro presumido, isentas ou imunes e passou a valer a partir de 1º de janeiro de 2010. Empresas cadastradas no Simples Nacional não estão incluídas na regra. "Por conta dessa modificação, estamos contratando mais seis funcionários. Isso impacta cerca de 60% dos nossos clientes", declara Richard Domingos.http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=7&id_noticia=315775
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