A Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais vem a público contestar as críticas divulgadas nesta quinta-feira (4/6) pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco/MG).

No artigo publicado em seu site, o sindicato, de forma irresponsável, acusa o governo mineiro de ter recursos suficientes para pagar integralmente os servidores do Executivo e ainda fazer os repasses totais dos duodécimos a que os outros Poderes têm direito.

Com a clara intenção de confundir, o sindicato apresenta uma planilha em que compara a Receita Tributária de 2019 à de 2020, mostrando que houve aumento na arrecadação do corrente ano.

De fato, esse acréscimo na receita pode ser confirmado no primeiro trimestre (jan-fev-mar), quando a economia mineira ainda não sentia os reflexos da crise mundial desencadeada pela pandemia da Covid-19. Entretanto, nos dois meses subsequentes (abr-mai), o recuo da arrecadação é visível. Cabe salientar que o balanço mensal da arrecadação é sempre referente ao mês anterior. Isso significa que os números de abril e maio tratam, respectivamente, da arrecadação de março e abril, período em que medidas de segurança para prevenção ao novo coronavírus passaram a ser adotadas no Estado.

Na planilha apresentada são incluídas ainda duas receitas extraordinárias que já entraram no caixa do Tesouro Estadual (R$ 781 milhões em abril e R$ 1 bilhão em maio) e uma terceira, de R$ 750 milhões, prevista para junho, que sequer foi depositada. Apesar disso, vamos considerar as estimativas para o mês de junho e seguir a análise.

Planilha SindfiscoPlanilha apresentada pelo Sindifisco/MG

Ao sugerir que o saldo final de R$ 1,4 bilhão relativo ao primeiro semestre de 2020 seria suficiente para compor os recursos necessários ao Estado para pagar os salários do Executivo e ainda repassar os duodécimos aos demais Poderes, o referido sindicato, por motivos não muito claros, desconsidera o fato de que o Estado tem vários outros compromissos a honrar. A título de exemplo, citamos alguns:

  • De janeiro a maio deste ano, foi destinado R$ 1,67 bilhão para finalizar o pagamento do 13º salário de 2019 do Executivo.
  • No mesmo período, R$ 1,4 bilhão foi destinado para o pagamento das primeiras parcelas do acordo assinado entre Estado e Associação Mineira dos Municípios, referente aos repasses constitucionais não honrados pela gestão anterior.
  • Em maio, R$ 110 milhões foram destinados para o auxílio fardamento.
  • Do total disponível atualmente no caixa do Tesouro Estadual, R$ 440 milhões estão reservados para uso exclusivo da Secretaria de Saúde.

Além disso, toda e qualquer análise deve considerar a situação de caos econômico encontrado pela atual gestão, que herdou do governo anterior um passivo de R$ 34,5 bilhões.

Portanto, é no mínimo irresponsável – além de falsa – a alegação de que o governo de Minas Gerais tenha recursos em caixa e que, por motivos escusos, não estaria disposto a utilizá-lo de forma adequada.

Também é importante ressaltar que a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais reconhece todos os esforços empreendidos pelo seu quadro de pessoal, que é formado pelos mais capacitados servidores fazendários do país.

Outro tema abordado no texto, referente à Lei Kandir, merece ser esclarecido.

Como é de conhecimento público, o processo para receber da União os valores referentes à compensação das perdas de receita do Estado com a isenção do ICMS na exportação arrastava-se há mais de 20 anos. Além da demora, o Tribunal de Contas da União (TCU) não reconhecia a cifra pretendida de R$ 135 bilhões.

Diante desse cenário, não só Minas Gerais, mas também os outros 25 Estados e o Distrito Federal decidiram assinar o acordo mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o pagamento da referida compensação. Ratificado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o acordo estabelece o pagamento de R$ 8,7 bilhões, sendo 75% (R$ 6,525 bi) destinados ao governo estadual e 25% (R$ 2,175 bi) aos municípios.

http://www.fazenda.mg.gov.br/noticias/2020/2020.06.04_SEFresponde.html/index.html

 

Veja aqui a íntegra das críticas do Sindifisco-MG.

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