O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira, 7, que o Brasil vive um momento de "agenda intensa" de projetos para a simplificação do sistema tributário e a reordenação das regras aduaneiras. Segundo ele, o objetivo é aumentar a competitividade das empresas brasileiras, para que o País possa produzir mais e melhor.
"Nunca o binômio empreendimento e inovação esteve tão presente nas iniciativas geradoras de crescimento", afirmou, em referência à agenda de medidas microeconômicas do governo. "São medidas para a racionalização dos recursos e potencialização dos resultados", completou, na abertura do Fórum de Simplificação e Integração Tributária, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo Meirelles, a redução de custos vem pela eliminação de redundâncias e a troca de dados entre as diferentes esferas do governo, possibilitando realinhar toda a estrutura tributária do País. "Estamos preocupados com a temperatura e não com o termômetro. O importante é que a produtividade do País aumente", acrescentou.
O ministro disse que a posição do Brasil no ranking mundial de produtividade o incomoda por ter piorado nos últimos anos. Ele lembrou que o governo tem trabalhado junto ao Banco Mundial para melhor identificar os pontos que mais prejudicam a produtividade no País.
O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, disse que a pauta tributária e aduaneira do governo tem como objetivo justamente a simplificação e a integração dos sistemas da máquina pública. "A parceria entre os entes garantirá o sucesso das medidas nesse sentido", projetou.
O assessor especial do Ministério da Fazenda, João Manuel Pinho de Mello, prometeu para os próximos meses mais medidas dentro da agenda de simplificação tributária. "Não há bala de prata para o crescimento sustentado, a questão é a produtividade. Dentro dessa agenda é que se encaixa o tema da simplificação tributária", afirmou.
Ao abrir o evento, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, repetiu que o custo de pagamento de impostos é um dos mais importantes quesitos para a melhoria competitividade do País. Ele defendeu ainda a redução da burocracia para as empresas.
"Devido à situação fiscal do setor público, uma forma de reduzir o custo da produção é reduzir a burocracia", sugeriu. "A existência de 27 legislações estaduais sobre o ICMS e de obrigações acessórias diferentes exige um custo de pessoal e de estrutura elevado", completou.
O diretor-presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, também defendeu a simplificação do regime tributário brasileiro. "A padronização das notas fiscais dos 27 Estados é o primeiro passo para a reforma tributária. Defendemos o Simples Nacional com 'unhas e dentes', o Brasil precisa de grande Simples", considerou.
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