Infraestrutura e tributos são obstáculos ao mercado

Para 45% dos executivos, a infraestrutura logística e a complexidade do sistema tributário nacional são os principais fatores que afetam as operações com foco no mercado externo.

Já não é mais novidade para o setor privado da economia brasileira que o déficit em infraestrutura e as dificuldades da alta carga tributária prejudicam o desempenho dos negócios além das fronteiras e isto pode ser evidenciado novamente em pesquisa divulgada pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), na quinta-feira (26/5), com médias e grandes empresas participantes da cadeia de comércio exterior.

Para 45% dos executivos, a infraestrutura logística e a complexidade do sistema tributário nacional são os principais fatores que afetam as operações com foco no mercado externo, além da burocracia aduaneira, com 19%.

As questões destacadas tornam-se os maiores desafios à economia nacional. Entre os 103 entrevistados, 35% avaliam como necessidade o reforço da infraestrutura, e 30% a simplificação do sistema tributário, com o objetivo de colocar o Brasil no patamar de potência nas exportações e importações mundiais.

O estudo, realizado em maio, observou os anseios comerciais dos empresários brasileiros em relação ao mercado estrangeiro, seus resultados nos últimos anos e expectativas para 2011. Setores como transporte, saúde, tecnologia e computação, e alimentos integraram o levantamento.

A incidência de tributos, defasagem logística e burocracia nas fronteiras também foram classificadas com os maiores índices de dificuldade nos processos de entrada e saída de produtos do país, com 83%, 80% e 73%, respectivamente.

Na outra ponta, a falta de conhecimento do mercado comprador e exigências em idioma dos clientes são as questões de menor complexidade para os executivos, com 24% e 14%.

Segundo o presidente da Hamburg&Sud, Julian Thomas, o crescimento das importações no país chegou a 200% nos últimos cinco anos, enquanto a expansão da área de circulação de contêineres no porto de Santos, o maior da América Latina, foi de 15%.

O resultado é a perda de eficiência. "A média de dias para liberação de mercadorias em Santos, no ano passado, foi de 19 dias. A meta do porto é chegar a cinco dias, porém a média mundial é de 48 horas", observou.

Em mesmo contexto, Marcelo Martins, presidente da Cargill, defendeu a inauguração de mais portos molhados na região Norte do país para ampliação do escoamento de produtos agrícolas. "O Brasil é imbatível neste setor até a porteira da fazenda", disse, criticando, em seguida, a negligência do governo com o uso das hidrovias para circulação de mercadorias, em favor dos "altos custos" rodoviários.

Na análise financeira das empresas em 2010, 64% afirmou ter atingido lucros a partir de suas exportações. No entanto, os valores totais foram inferiores aos do ano anterior, segundo 64% dos entrevistados. Para a maioria (66%), medidas como devolução de créditos tributários federais e retorno de 50% dos créditos PIS/Pasep, Cofins e IPI acumulados em até trinta dias após a solicitação teriam efetiva contribuição para se chegar a lucros maiores.

A abertura de escritórios em outros países - decisão muitas vezes necessária para sobrevivência no mercado internacional - foi considerada por 40% dos entrevistados, cujos 18% visam os consumidores dos Estados Unidos; e 16% da União Europeia e membros do Mercosul.

 

A China, maior parceira comercial do país desde 2009, aparece a seguir, com 13%. Americanos e europeus são as principais fontes de importação das empresas consultadas (52%), também a frente dos chineses (19%).

 

http://www.jornalcontabil.com.br/v2/JC-News/748.html

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