Uma análise dos resultados da Primeira Safra das Demonstrações Financeiras realizada por especialistas da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Petrobras e do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) mostrou os efeitos da adoção das normas Internacionais no Brasil, encerrando o primeiro dia da Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente – Ibracon 40 Anos.
O painel contou com a participação do gerente de Normas Contábeis da CVM, José Carlos Bezerra da Silva; da professora da FGV-EAESP, Edilene Santana Santos; do coordenador Técnico do CPC, Edison Arisa; e da gerente da Contabilidade Central da Petrobrás, Maria Angélica Ferreira da Silva, tendo como moderador Danilo Siman Simões, diretor de Administração e Finanças da Diretoria Nacional do Ibracon.
Edilene Santos destacou que era previsto que nos primeiros balanços de cada fase houvesse impactos significativos, em razão das mudanças reais no desempenho e das diferenças de normas. Lembrou que estudos internacionais mostram que tradição contábil latina tende a mensurar lucros menores que a tradição anglo-americana. A aplicação das IFRSs em outros países, em especial na Europa continental havia promovido um aumento na apuração dos lucros e isso também era esperado no Brasil.
A pesquisa da FGV-EAESP mostrou que entre as empresas que adotaram a IFRS houve um aumento de 8% no lucro de 2007 e queda de 7% no lucro de 2008. Porém a queda é apontada como causa da crise econômica global. Para as empresas que anteciparam a aplicação das IFRS de maneira integral em 2009 o resultado final apontou para um aumento significativo, considerado até surpreendente no Patrimônio Líquido. 45% das empresas tiveram aumento de aproximadamente 10%, enquanto apenas 3% tiveram queda de aproximadamente 10%. Em relação ao Lucro Líquido, 35% das empresas tiveram aumento de aproximadamente 10%, enquanto 18% das empresas tiveram queda de aproximadamente 10%.
Angélica Ferreira contou a experiência da Petrobras na adoção das IFRS. Destacou que o trabalho vem sendo grande e os responsáveis estão buscando a formação de seus funcionários junto a várias entidades, inclusive o Ibracon, para que o trabalho seja bem estruturado. Para ela, a adoção das IFRS é importante para a companhia, que tem atuação internacional, pois gera a possibilidade de comparativos com outras empresas do setor.
José Carlos disse que a CVM tinha algumas expectativas em relação à adoção, como a possibilidade de divergências de julgamento entre administração e auditores; o que acabou não ocorrendo. Para ele, a movimentação da adoção está sendo relativamente tranquila e sem muitas dificuldades.
Edison Arisa destacou o papel do CPC na convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade às Normas Internacionais de Contabilidade. Além da emissão dos pronunciamentos, o comitê teve o papel de dar suporte ao processo, promovendo as discussões necessárias com vários agentes do mercado.

 

http://www.ibracon.com.br/noticias/destaque.asp?identificador=4158

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