Exportar na epóca de crise é a melhor solução?

Gustavo Felizardo*

 

Em 2015, a baixa confiança no Brasil afetou os investimentos. Com isso, as exportações também foram atingidas, fator que trouxe ao país grandes impactos a todos os setores industriais. O empresário brasileiro, em 2017, ainda trabalhou em busca de solidificar o caminho da retomada da desconfiança iniciada em 2015. Mas, o que se sabe até o momento é que o equilíbrio para melhorar a demanda do mercado interno e externo é a grande cereja do bolo.

 

Em outubro desse ano, durante o evento Synergy, organizado pela Thomson Reuters, que é referência para profissionais que atuam nas áreas de gestão e regulação fiscal, tributária, de comércio exterior e de tecnologia, eu assisti a palestra do Ricardo Amorim, observando o gráfico abaixo por ele apresentado, e me veio a dúvida sobre como a exportação se comporta, comparado ao momento de contração e retomada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/palestra_recuperacao_forte_industria

 

Diante dessa dúvida, iniciamos uma pesquisa e tabulamos a questão com base nas informações disponíveis no site no MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), que trouxe o resultado apresentado abaixo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: http://www.mdic.gov.br/

 

Ao iniciar a análise deste gráfico, observei que, em 2005, tivemos a maior crise política dos últimos 2 anos. A partir disso, o Brasil começou a ensaiar um foco no mercado para exportação, porém a crise foi ainda mais forte no âmbito político e ainda tínhamos um PIB “saudável”. Iniciou-se então uma visão muito mais estratégica para o mercado externo, pois quando observamos esse gráfico, a participação de produtos made in Brazil até 2005 tinha pouca expressão.

 

Após três anos, em 2008, quando parecia que finalmente iniciávamos uma grande participação dos produtos brasileiros no mercado estrangeiro, onde ultrapassamos a barreira de US$ 18 bilhões na exportação e vínhamos de um PIB de 2007 acima de 6 pontos percentuais, nos deparamos com a crise de 2008, que teve sua raiz no crédito fácil, o que culminou em um 2009 ruim para a exportação.

 

De 2009 para 2010, o mercado brasileiro se fortaleceu no exterior e se manteve com pequenas oscilações no volume de exportação até 2015, onde iniciou a crise mais recente e tivemos uma grande retração no PIB.

 

Assim como o primeiro gráfico apresentado, é notável uma tendência no segundo gráfico, pois após momentos de picos e quedas dos volumes de exportação, observamos uma sequência de anos com volumes altos na exportação. O crescimento nos volumes de 2009 até 2015, com uma tendência iniciada em 2016, mostra em 2017 um rompimento do volume se comparado a 2010.

 

Diante essa tendência, e sabendo da importância do mercado externo para a saúde financeira das empresas instaladas no Brasil, o governo na figura da Receita Federal vem, ano após ano, melhorando os regimes especiais brasileiros para o comércio exterior, no intuito de buscar a melhora em competitividade e de compliance para todo o parque fabril industrial e de transformação.

 

No centro da modernização dos regimes especiais estão o RECOF-SPED e REPETRO-SPED, que são acompanhados do RECOF, Depósito Especial, Drawback, entre outros. Quando identificados cada qual pela característica do negócio, traz resultados surpreendentes no fluxo de caixa da empresa, na isenção dos impostos, redução de multas e juros, além da melhoria contínua da sistemática que envolve o compliance de alto nível.

 

É com base nesse estudo que podemos afirmar que exportar em epóca de crise é a melhor solução. E as empresas que já se preparam para esse momento utilizando algum dos regimes especiais disponíveis, não só passaram por esse momento de desconfiança com um impacto menor, como também conseguiram melhorar o posicionamento do seu produto no atendimento do mercado interno e externo.

Fonte: Thomson Reuters

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