Um levantamento feito entre as 30 nações com maior carga tributária apontou que o Brasil é o que pior traduz em retorno para a população os impostos arrecadados.
De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o Brasil ocupa o último lugar no ranking dos 30 países com maior carga tributária do mundo no que diz respeito ao retorno de valores arrecadados em prol do bem-estar da sociedade.
Sendo assim, entre as nações onde o fardo tributário é mais pesado, o Brasil é aquele em que a população recebe o pior retorno. Foi essa a constatação feita pelo presidente do IBPT, João Eloi Olenike. Para ele, apesar de pagar uma das maiores cargas tributárias do mundo, o brasileiro continua recebendo péssimos serviços públicos. Além disso, ele também criticou o possível aumento de impostos que o governo está sinalizando.
“O governo deveria se preocupar com o corte de alguns gastos que continuam excessivos no Brasil. Não é mais possível aumentar impostos para financiar más administrações do dinheiro público”, disse.
Rankings
No levantamento dos 30 países com maiores cargas tributárias do mundo, o Brasil ocupa a 14ª colocação, com os tributos representando 35,04% em relação ao PIB nacional. No topo da lista encontram-se Dinamarca (45,2%), Finlândia (44%) e Bélgica (43,2%).
A relação ainda conta com nações como França (4º lugar, com 43%), Alemanha (12º, com 36,7%), Reino Unido (17º, com 32,9%) e Estados Unidos (28º lugar, com 26,4%).
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Já no índice de retorno ao bem estar da sociedade, o Brasil fica com a 30ª e última posição. O pódio desse ranking é ocupado por Austrália, Coréia do Sul e Estados Unidos que, na relação de maiores cargas tributárias, figuram, respectivamente, em 26º, 30º e 28º lugares.
“Analisando a carga tributária dos 30 países que mais pagam impostos com o Índice de Desenvolvimento Humano, o Brasil permanece na última colocação. Se compararmos com outros países em desenvolvimento ou nossos vizinhos da América do Sul, percebemos que o brasileiro paga muito para ter pouco retorno”, explica o presidente do IBPT.
Tributação sobre a renda
Ainda de acordo com Olenike, o foco tributário brasileiro está sobre o consumo, o que afeta mais o bolso da população mais pobre e vai na contramão do que é feito no mundo.
“Infelizmente a gula arrecadatória do governo atinge quem tem menor poder aquisitivo. Gostaríamos de ver o governo tributando mais arenda, o patrimônio e o lucro, no lugar de tributar cada vez mais o consumo. Essa é uma tributação agressiva e pune quem tem menos condições financeiras”, avalia.
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