Por Ana Cavalieri
As administrações tributárias da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios iniciaram as primeiras conversas a respeito da modernização e do uso da tecnologia para o compartilhamento de cadastros e informações fiscais há 17 anos.
Buscava-se a promoção de integração administrativa entre as três esferas de Governo que geraria a disponibilização de informações que fossem mais facilmente utilizadas para cruzar dados dos contribuintes e assim aumentar a eficácia da fiscalização. Através do intercâmbio de informações fiscais entre as esferas governamentais, a padronização em formato digital e melhor qualidade das informações seria possível fiscalizar os contribuintes sem que o agente fiscal tivesse que se deslocar até as empresas. Além do ganho de eficiência no número de fiscalizações houve também uma maior assertividade e o resultado foi visto no incremento da arrecadação.
O SPED-Sistema Público de Escrituração Digital revolucionou os departamentos tributários e contábeis das organizações reduzindo a papelada e trazendo maior segurança e agilidade nas atividades do dia a dia.
O primeiro projeto rumo à modernização foi a nota fiscal eletrônica, que foi implantada em 2008. A partir daí, obrigações fiscais eletrônicas começaram a ser criadas e os contribuintes tiveram que se adaptar às mudanças.
Passados mais de 15 anos desde o início da transformação digital liderada pelo fisco, muito ainda desconhecemos sobre os dados fornecidos ao fisco. A verdade é que as administrações tributárias possuem em suas mãos um big data com um potencial fiscalizatório gigantesco.
Muito ouvimos e também falamos sobre a dificuldade de acompanhar a evolução tecnológica, afinal foi uma enxurrada de novas obrigações acessórias e nos vimos de uma hora para outra tendo que justificar investimentos em sistemas e aumento de headcount. Para quem viveu esta transição, muitas vezes é difícil enxergar os benefícios da transformação digital. Porém, eles existem.
A robotização evita erros, gera ganho de eficiência e reduz necessidade de mão de obra para realização de trabalhos repetitivos. A tecnologia nos permite consistir dados e obrigações acessórias previamente ao envio às autoridades fiscais possibilitando mais assertividade, menos equívocos. Nos permite também gerar KPIs e auxilia na análise e report de dados tributários para planejamento de operação.
A transformação digital na área de impostos é uma realidade. Investimentos em tecnologia e inovação foram feitos. Nos resta agora olhar para esta transformação digital de uma forma positiva e angariar os frutos que uma gestão tributária eficiente pode trazer.
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