Consumidor reclama que valor pago não é repassado para estradas e saúde O consumidor de Belo Horizonte experimentou ontem como é viver sem ter que pagar imposto. A vida seria muito mais barata. Em um posto de combustíveis na esquina das avenidas Afonso Pena e Brasil, em Belo Horizonte, 5.000 litros de gasolina foram vendidos sem a incidência de Cide, PIS/Cofins, tributos federais, e o ICMS, imposto estadual. O valor de R$ 1,36 apresentou 44% de desconto, já que o preço médio do produto em Belo Horizonte é de R$ 2,396, segundo pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O resultado não poderia ser outro: filas enormes em busca de uma economia significativa. "Confesso que tive um pouco de preguiça, mas a espera valeu a pena", comemora a estudante Fernanda Morrony, 22, que chegou às 4h para a retirada de uma das 130 senhas distribuídas aos motoristas. Já os motociclistas receberam 70 senhas e todos tinham direito ao limite de 30 litros do combustível. A corrida faz sentido, já que o brasileiro sente no bolso o peso da carga tributária, uma das maiores do mundo. De 1º de janeiro até a próxima sexta-feira, o contribuinte brasileiro terá trabalhado 148 dias apenas para pagar tributos (impostos, taxas e contribuições) aos governos federal, estadual e municipal. A conta foi feita pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O mais perverso, porém, não é a gama de impostos em si, mas o destino do que é arrecadado pelo setor público, que não retorna na mesma moeda o investimento da sociedade em serviços de qualidade, em áreas como a educação, saúde, segurança e transporte. "Acho que o sistema tributário deveria ser repensado, porque quem ganha mais paga menos, e quem ganha menos, paga mais", opina a estudante de arquitetura Maria Cecília Alves. Em 2009, a carga tributária no Brasil representou 35,02% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de toda riqueza produzida no país. A carga tributária, segundo o IBPT, diminui pela primeira vez desde 2003, mesmo assim é uma das mais altas do mundo. Em dias trabalhados, o Brasil só perde para Suécia (185 dias) e França (149 dias). Na Argentina, por exemplo, são 91 dias. "Acho o ano de eleição o momento apropriado para discutirmos com os candidatos a racionalização dos impostos", afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Roberto Alfeu, ao participar ontem do Dia da Liberdade de Impostos, promovido pela entidade em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro). Cide. Há anos o empresariado cobra medidas para reduzir impostos no Brasil. Em serviços essenciais como energia, telefone, água e gás de cozinha, a carga tributária chega a 47,08%, 46,12%, 23,13% e 34,04, respectivamente. "Queremos que os tributos sejam bem aplicados. Perdi um cunhado em um acidente de carro por causa de uma estrada. Então, é revoltante o governo federal arrecadar o dinheiro da Cide e não ter estradas", completa Alfeu. A Cide foi criada para financiar a melhoria das rodovias. De 2002 a 2009, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), cerca de R$ 33,5 bilhões arrecadados deixaram de ser investidos na área. Fonte: O Tempo http://www.netlegis.com.br/index.jsp?arquivo=detalhesDestaques.jsp&cod=33956
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