Diretores do Sescon-SP alertam para a necessidade de realização desde já de análises e projeções para a escolha do sistema de tributos mais adequado

Os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam grande parcela dos custos das empresas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), cerca de 33% do faturamento das empresas é destinado a esses pagamentos. Com a globalização da economia, tornou-se questão de sobrevivência empresarial a assertiva administração do ônus tributário.

O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais cujo objetivo é diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça, visando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se a forma decidida é jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la.

ed_258_pg14b.jpgA definição do regime tributário a ser seguido – Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido – pode fazer toda a diferença para o sucesso ou sobrevivência de um empreendimento durante o ano-calendário.

De acordo com Wilson Gimenez Júnior, diretor financeiro da Aescon-SP, o planejamento tributário é totalmente legal. “Com ele, você está materializando em ganhos o seu serviço e, com isso, você demonstra conhecimento, ganha valorização e pode ter mais lucros para a empresa com a cobrança pelo serviço ou por melhorias nos honorários”, explica.

Ao lembrar que essa opção é feita apenas uma vez no ano, sempre nos primeiros meses, José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sescon-SP, recomenda que os empresários e seus consultores já iniciem análises e prospecções nesse momento. “Independentemente de seu porte, toda empresa deve traçar um raio x do negócio, analisar dados e, ainda, fazer projeções, pois sem esse estudo prévio, estará atirando no escuro”, explica.

Para José Vanildo Veras, diretor financeiro da Aescon-SP, uma decisão equivocada terá efeito por todo o ano. Por isso, é fundamental o profissional contábil dar início aos estudos antes da virada do ano. Ele ainda afirma que no desenvolvimento da elisão podem ser identificadas necessidades de adequações na estrutura organizacional e também na gestão contábil e fiscal da empresa, para possíveis configurações que deverão ser realizadas desde o primeiro dia do ano seguinte. “Tudo isso requer tempo e tranquilidade, começando agora se evita contratempo”.

ed_258_pg14a.jpgO diretor financeiro da entidade também salienta que num mundo tão competitivo como o atual, a escolha entre o Simples Nacional, Lucro Real ou Presumido é determinante para manter a lucratividade necessária dos negócios. Já Márcio Shimomoto, vice- presidente administrativo do Sindicato, enfatiza que o momento de análise é agora, pois as empresas já têm uma posição de faturamento, e orienta os empresários contábeis a já conversarem com seus clientes.

Seja qual for a escolha, Chapina Alcazar ressalta a necessidade de uma contabilidade bem estruturada. “Balanços, balancetes, livro diário e análises mensais da movimentação sempre serão a melhor forma de justificar o equilíbrio entre receitas e despesas perante o Fisco, além de constituírem instrumentos essenciais para assegurar uma boa gestão”, argumenta.

Os primeiros a decidirem são os que faturam até R$ 2,4 milhões anuais, já que a primeira oportunidade é para ingresso no Simples Nacional. Porém, o líder setorial pede cautela. “Nem sempre esse sistema de tributos é a melhor alternativa para o negócio, apesar de muitos imaginarem o contrário. Por isso, é preciso ponderar diversos aspectos”, diz o empresário contábil.

ed_258_pg15b.jpgA realização de comparativos para o próximo ano já devem ser feitas para que as empresas tomem a decisão mais adequada e evitem o erro. Tais testes devem evidenciar as vantagens de cada tributo em cada regime tributário de forma comparativa, a fim de evidenciar os pontos determinantes da escolha. além de levar em consideração o planejamento estratégico para 2011.

José Vanildo Veras, diretor financeiro do Sescon-SP, dá dicas de como realizar um Planejamento Tributário eficacaz

Primeiro passo : Fazer avaliação da atual estrutura societária, legal, tributária/fiscal,contábil e financeira da empresa.

Segundo passo : Obter e validar com a direção da empresa as respostas para questões como: Qual o macro e micro cenário previsto para o negócio no próximo ano? Quais são as estratégias estabelecidas para o próximo ano? Quais são as ações previstas para apoiar as estratégias estabelecidas? Quais são os investimentos necessários, as fontes financiadoras e os custos?

Terceiro passo : Fazer um raio x, ou seja , um diagnóstico da atual situação com base nos dados trabalhados nos passos anteriores.

Quarto passo : Levando-se em consideração o diagnóstico e os dados projetados no planejamento estratégico, chegou a hora de elaborar os comparativos em todos os regimes tributários e assim evidenciar se o melhor regime de tributação é o Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional.

QUINTO passo : Após a identificação e determinação do novo regime tributário para o próximo ano, será necessário implementar as ações definidas que tenham impacto direto ou indireto na estrutura societária/ legal, na gestão financeira, na gestão contábil, gestão tributária, gestão trabalhista e na gestão do negócio como um todo.


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