O terror das empresas

Mesmo durante a crise internacional, a arrecadação fiscal de São Paulo cresceu 1,3%, superando de longe a média nacional Quem é Mauro Ricardo Costa, o poderoso secretário da Fazenda de São Paulo que comprou brigas com o setor privado para aumentar a arrecadação do Estado - e conseguiu Hugo Cilo Mauro Ricardo Machado Costa, secretário da Fazenda de São Paulo e braço direito do governador José Serra, desperta sentimentos extremos. No Palácio dos Bandeirantes, é venerado - segundo Serra, competente na tarefa de elevar a arrecadação tributária e garantir a São Paulo recursos suficientes para a continuidade dos investimentos. Mas essa fama contrasta com a impopularidade pública construída no meio empresarial. Entre os pontos de maior discórdia está a substituição tributária, sistema que obriga a antecipação do recolhimento de ICMS por previsão de faturamento, o que, segundo os empresários, gera distorções e injustiças. "O modelo é absurdo e não existe em nenhum lugar", disse à DINHEIRO o presidente da Bridgestone-Firestone do Brasil, Humberto Gómez Rojo. "Ela estimula a fuga das empresas para outros Estados", reforçou o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos de São Paulo, João Godoy Filho. "É uma insanidade", diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp. A cobrança feroz também deve atingir os consumidores. Um decreto do governo paulista instituirá a substituição tributária na conta de luz. Assim, as distribuidoras de energia terão de recolher antecipadamente o ICMS. "Com esse modelo, as distribuidoras conseguirão autorização para repassar os custos ao consumidor", diz o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, Nelson Hubner. As críticas, no entanto, não ecoam no gabinete de Mauro Ricardo. "Só quem sonega está chateado com esse regime", diz ele, destacando que a arrecadação cresceu R$ 3 bilhões em 2008 graças à substituição tributária. Mauro Ricardo também defende ações policiais, nos moldes das da Polícia Federal contra sonegadores. A loja de luxo Franziska Hübener, no Shopping Iguatemi, foi multada em R$ 12 milhões por sonegação fiscal. E o secretário costuma até verbalizar suas polêmicas. Ele chegou a dizer que "sonegadores deveriam ser pregados na cruz", ao comentar que "achou pequena" a condenação de Eliana Tranchesi, dona da Daslu, a 94 anos e seis meses de prisão. Nem mesmo a Petrobras ficou fora de sua mira - recentemente, ele cobrou R$ 600 milhões da estatal. Seja o vilão do empresariado, seja o mocinho da equipe de Serra, a postura enérgica e por vezes polêmica de Mauro Ricardo personifica o mais duro secretário de Fazenda que São Paulo já teve. Mesmo que isso lhe custe, a cada dia, novos inimigos. http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/621/artigo150487-1.htm
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