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Comentários
Convém tornar permanente a redução do IPI para carros?
O Estado de S.Paulo
- Lula quer manutenção do corte
O presidente Lula afirmou ser favorável a manter a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados de automóveis. Em dezembro de 2008 o governo anunciou a medida, que teria como objetivo estimular o setor automobilístico, fortemente atingido pela crise econômica internacional. A redução do IPI valeria até março, mas o benefício foi prorrogado até o fim de junho. O Ministério da Fazenda estuda elevar as alíquotas do IPI dos carros gradualmente.
Resultado da enquete:
Sim> 71%
Não> 29%
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O QUE PENSAM OS ESPECIALISTAS
>>?Tem-se a ilusão de que, baixando os impostos, o consumo vá se manter?
FABIO KANCZUK
PROFESSOR DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Do ponto de vista econômico, a estratégia de manter o corte do IPI para carros está errada. Em momentos de crise, o governo deve manter os gastos constantes e não mexer nas alíquotas dos impostos. Já o Brasil optou por aumentar gastos e cortar impostos. É comprovado que a economia sai prejudicada quando os tributos aumentam ou diminuem. O ideal é não mexer nas alíquotas dos impostos. Sendo assim, não faz sentido propor a manutenção permanente do IPI dos carros. Tem-se a falsa ilusão de que, baixando os impostos, o consumo vá se manter em uma linha ascendente. Inicialmente, os ganhos podem ser positivos. No entanto, a longo prazo, as vendas vão desabar. Ainda cabe uma pergunta: por que privilegiar a indústria automobilística em tempos de trânsito caótico? Pelo contrário, o preço dos automóveis deveria ser reajustado. Fica claro que o lobby do setor é muito forte. Por fim, a redução do IPI implica uma gigantesca renúncia fiscal que, inevitavelmente, terá de ser compensada, seja com novos impostos ou com menos investimento em infraestrutura.
?Alcançamos números históricos na produção e na venda?
PAULO EDUARDO PALOMBO
PROFESSOR DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE MACKENZIE
A atual crise econômica trouxe ensinamentos, fazendo com que o governo repensasse algumas de suas políticas, como a monetária e a tributaria. Quanto maior a incidência de impostos, maior o desincentivo a produção e ao consumo. Sendo assim, a redução do IPI para os automóveis é uma medida emergencial que deve se tornar permanente, pois trouxe resultados benéficos a todos os agentes envolvidos. A demanda reprimida é facilmente percebida. Com um mínimo estímulo ao consumo devido à redução do IPI, alcançamos números históricos na produção e na venda. Contudo, ainda há muito a se avançar, uma vez que temos sete habitantes por automóvel, enquanto a Argentina tem cinco e os Estados Unidos apenas dois. A distorção econômica fica evidente quando percebemos que a carga tributária que compõe o valor final do veiculo chega, em média, a 35%. Isso prejudica um dos setores que mais emprega mão de obra direta e indiretamente e, nos países desenvolvidos, é um dos carros chefe da economia e da inovação tecnológica.
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,convem-tornar-perman...
IMPOSTOS: Miguel Jorge critica anúncio antecipado sobre IPI
GOIÁS, 15 de junho de 2009 - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, criticou, em entrevista exclusiva concedida para a Agência Brasil, qualquer tipo de anúncio prévio da manutenção do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para o ministro, um aceno sobre a manutenção da medida por parte das autoridades gera comportamento de postergação de compra pelos consumidores. "O IPI reduzido tem o objetivo de fazer com que o consumidor se entusiasme e compre o produto. Se você anuncia com antecedência de duas ou três semanas que o IPI será reduzido, alguém que estava se programando para comprar o produto vai deixar para o próximo mês", afirmou o ministro.
Miguel Jorge lembrou, na entrevista, que o próprio presidente Lula defende que o consumidor antecipe suas compras, para fazer com que a "roda da economia continue a girar". "Então, mesmo que eu seja favorável, até o último dia eu vou dizer que sou contra a prorrogação da isenção e redução do IPI", disse o ministro.
Sobre o anúncio da queda do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) no primeiro trimestre, Jorge declarou que esse resultado já era esperado, inclusive por ele, que chegou a ser criticado quando falou em recessão. No entanto, o ministro disse estar otimista com o comportamento da economia no restante do ano. "Vamos ter um segundo trimestre melhor e, consequentemente, um terceiro melhor que o segundo, e um quarto melhor que o terceiro. Programas como Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, começarão a ter impacto na economia a partir do segundo semestre, quando começam os desembolsos", afirmou.
Sobre a balança comercial, Miguel Jorge chamou de "acidente de percurso" os resultados dos dois primeiros meses do ano. "Tanto que já tem acumulado US$ 7,5 bilhões (o saldo) e tem mantido uma média boa no fechamento semanal." Para ele, a tendência é haver melhora no segundo semestre.
Para o ministro, com a redução da taxa Selic para um patamar inferior a 10% ao ano, há perspectiva de crescimento nos investimentos das empresas, mas ainda há entraves. "Nós precisamos fazer com que o spread diminua e, aí sim, os investimentos sejam financiados não só por bancos, como o BNDES, mas também que haja no sistema financeiro um processo de investimento." (Diário da Manhã)
http://www.investimentosenoticias.com.br/IN_News.aspx?parms=2534089...