A indústria 4.0 na área tributária – Parte 1

Por Lucas Leonardo Vieira e José Adriano Pinto *

 

Neste ano tem se falado muito a respeito da Indústria 4.0 e toda a revolução trazida com a alta tecnologia proposta. Com proposições como comunicação e cooperação entre sistemas e pessoas, essas novas tecnologias trazem oportunidades incríveis para o aumento da produtividade e, consequentemente de redução de custos. Esses são fatos e realidades para uma considerável parte do setor industrial, mas como esta revolução está afetando a área tributária no Brasil? Quais os impactos positivos e negativos? Qual a visão de futuro? Esta é a primeira parte do artigo que tem a pretensão de responder essas questões.

Primeiramente, iremos aos termos e fatos que há mais de 10 anos já são empregados corriqueiramente e que se tornaram “commodities” da transformação digital na área tributária brasileira, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). É fato que as implantações destas novas tecnologias causaram uma revolução, não só na maneira das empresas se relacionarem com seus clientes e fornecedores na emissão e recepção de notas fiscais, e na forma de apuração e demonstração dos tributos, mas principalmente na relação entre o Fisco e o contribuinte. O Fisco tem muito mais agilidade no acesso às informações e muito mais efetividade na fiscalização das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica, que em alguns casos ocorre quase em tempo real.

Um estudo feito pela Oxford University menciona que quase 98% da profissão de contador pode se “robotizar” ou “computadorizar” até o ano de 2030. O estudo baseia-se em dois movimentos: a adoção de RPA (robotic process automation) para realização de tarefas e a adoção efetiva de blockchain. Descreverei minha visão de futuro sobre estes movimentos nestes artigos.

Há pelo menos duas correntes sobre a transformação digital trazidas pela quarta revolução industrial. Embora sejam completamente contraditórias, na minha visão são apenas o mesmo retrato da transformação digital da área tributária brasileira em óticas ou ângulos diferentes. A primeira podemos resumi-la assim: Devemos acelerar a implementação de novas tecnologias como robotizações e automações. A parte da sociedade afetada adaptar-se-á rapidamente, pois com aumento de eficiência produtiva haverá mais dinheiro para circular na sociedade. Resumimos a segunda corrente como: Devemos frear ou deixar mais lenta a substituição da força laboral humana por máquinas, pois assim a sociedade terá tempo para se preparar para as mudanças que a impactarão.

As antagônicas visões do mesmo retrato trazido por essas correntes serão tratadas na parte 2 deste artigo.

* Lucas Leonardo Vieira compõe o grupo de especialistas em SPED da BlueTax, Contador e Administrador com MBA em Gestão de Projetos pela FGV e atua na área tributária da CBMM.

* José Adriano Pinto é Coordenador e Professor de MBA na BlueTax, Sócio-Diretor na Allsped, Especialista em Conformidade Fiscal, Compliance e Governança Tributária e uma das maiores referências em SPED do Brasil.

Fonte: http://blog.bluetax.com.br/profiles/blogs/a-industria-4-0-na-area-tributaria-parte-1/

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